quarta-feira, 23 de junho de 2010

O valor da insignificância.

11:15pm. Vou perder alguns minutos do meu sono escrevendo esse texto, mas quem me garante que nos próximos instantes um meteoro não atingirá meu quarto e me adiará pra sempre? Se você garantir, com certeza absoluta (absoluta mesmo!) eu durmo e deixo minhas palavras pra depois. Como não podemos ter certeza de nada nessa vida, eu continuo... Ouvi uma frase de Gandhi num filme que sempre mexe comigo e, por sinal, acabei de assistir. A frase é a seguinte: "O que quer que você faça na sua vida será insignificante, mas é muito importante que você faça". Você percebe a dimensão disso? Muita gente simplesmente não entende. Hoje uma amiga do trabalho se sentiu menos numa reunião. Em algum lugar do mundo uma criança se sentiu apenas mais um número numa sala de aula ou um morador de rua se sentiu invisível no meio da multidão. Coisas que você nem imagina acontecem. Coisas que você não vê. Coisas que você não faz. me incluindo... coisas que não fazemos e ponto.

Uma palavra direcionada, um olhar que não seja de dó, e sim de amparo, um sorriso, um chocolate, um abraço e por que não um agradecimento?! Tudo isso pode parecer tão insignificante, mas isso não significa que não seja importante. Pelo contrário.
Semana passada me questionaram qual o sentido da vida. Meu pensamento se movientou para todos os lados possíveis e não encontrou uma resposta. Só conseguiu dizer que não seria apenas trabalhar. Talvez eu esteja perdida. Talvez eu esteja indecisa. Sobre o que? Sobre tudo. Mas sei que status não é sinônimo de valor. E já sei de grande parte das coisas das quais não quero pra mim.

Ultimamente muitas coisas tem me deixado com o sentimento à flor da pele (Quem sabe eu esteja apenas desabrochando?). Já era tarde de uma noite fria e enquanto eu voltava cansada da faculdade, um senhor com mais ou menos uns 60 anos estampados na cara ainda tentava vender caixas de Bis por três reais. Já tinha visto aquela cena muitas vezes nas mesmas circuntâncias, mas dessa vez fiquei imaginando o que o levava a estar alí, aquela hora ao tempo.
Entrei no msn como tantas outras vezes e me deparei com pessoas das quais eu gosto tanto separadas de mim por um botão que poderia iniciar uma conversa, mas percebi que eles estavam muito longe (mesmo morando perto). Com palavras previsíveis, com sentimentos virtuais, risadas que não se ouve, com uma imagem que não se vê e um compartilhar que não se sente. Fiquei ausênte e depois offline - como se já não estivesse antes.
Segunda-feira uma aluna me disse que faria aniversário no dia seguinte, mas que era para u dar-lhe feliz aniversário porque não teríamos aula na terça. A parabenizei e no intervalo da aula comprei um bombom para presenteá-la. Ela ficou surpresa que adorava chocolate. Eu pensei: "Sim, é possível surpreender alguém com um simples chocolate. E quem não gosta de chocolate?"

Eu poderia ficar a noite inteira escrevendo situações como essas - das quais tenho observado e sentido. Mas quem me garante que amanhã não terei que acordar cedo para ir trabalhar?!
Sim, a vida (ou talvez a melhor parte dela) é feita de coisas insignificantes - e é importante que você as faça!


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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quando cai a ficha...
(a gente ganha um prêmio ou descobre que vai sair em nada?)



Quando cai a ficha você repara que as unhas estão sem fazer, que a cara está mal lavada, que o dia passou e você nem viu, que as pessoas mudam menos do que supunhamos, que a intenção era outra - e o sentimento também (mas isso não significa que o outro seja necessariamente ruim). Quando cai a ficha você repara que estava certa desde o começo, mas depois passou a desacreditar em si mesma. Você se lembra que a intuição tentou lhe avisar e você escolheu seguir o rumo de um desejo. Quando cai a ficha você fica alí esperando o jogo começar, dá tudo de si fingindo que só se trata de uma brincadeira e deseja virar as costas feliz - com um prêmio nas mãos. Mas nem sempre é assim - você sabe. Ás vezes saímos sem nada e deixamos nossas apostas alí - pra nada parecer ter sentido. O que nos resta é um consolo interno que nos diz que o que vale é a tentativa. "Ao menos você tentou..." - pronto, já consegue seguir em frente agora? Quando cai a ficha você repara que sempre foi menos e que você aceitou (na esperança de receber mais). Quando se tenta modificar uma realidade e não se consegue, é hora de simplesmente enxergar a realidade. É... caiu a ficha! Caiu a ficha de que quanto mais presente você se encontra na vida das pessoas, menos elas sentem saudades de você. Caiu a ficha de que quanto mais intimidade você tem com os outros, menos eles irão se preocupar com formas de agir e de falar, porque, afinal, você vai relevar. Caiu a ficha de que não se pode relevar tudo - e que isso é uma questão de amor-próprio. Caiu a ficha de que as pessoas nunca irão saber o que eu penso se eu não falar. E que eu irei me decepcionar a cada vez que pedir para alguém adivinhar. Caiu a ficha de que algumas coisas (e pensando melhor.. a maioria delas) simplesmente são passageiras. De que amizades relacionadas somente à lugares e amores relacionados somente à beleza são frágeis demais. É... caiu a ficha - agora nem adianta tentar disfarçar se já sabemos no que tudo isso vai dar. Quando cai a ficha é tudo ou nada.

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tenho me achado um tanto estranha ultimamente. Prefiro assim - na maioria das vezes. Pois me perco a cada vez que me vejo igual ao resto do mundo. Toda essa superficialidade me desencanta, me ignora. E quase me leva pra onde eu não quero ir. Eu disse quase! Bom mesmo é se encontrar onde gostaríamos de estar. A minha mente me leva pra qualquer lugar. Tenho a sensação de que acabei de nascer, de que desconheço tudo - até a mim. Quase me desespero ao descobrir que cada um aprende por si a viver ou simplesmente a existir. Quase me desespero ao descobri que tenho que fazer escolhas o tempo inteiro. Eu só queria um lugar bonito pra ver tudo acontecer e ainda, em qualquer parte do espetáculo, poder me aplaudir. Mas agora não dá. Todos estão ocupados. Todos estão ausentes. E eu, estranha sem saber em que desejar, onde ir e o que fazer. Estranha o suficiente para não seguir um caminho fácil. Mesmo quando me pego andando em círculos. Tenho me achado um tanto estranha ultimamente. Prefiro assim - na maioria das vezes. Pois me perco a cada vez que me vejo igual ao resto do mundo.

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terça-feira, 8 de junho de 2010

[Não me assuste. Por favor, não me olhe com essa cara de quem irá levar minha alma. Eu sei que você deveria ir embora de uma vez. Eu tento fazer isso todos os dias, mas tudo é em vão. Eu me vejo sozinha no meu quarto pensando em um dia inteiro. Eu volto para o mesmo lugar todas as noites. Eu escuto a mesma música milhares de vezes e ainda sim, as letras não me pertencem. Eu fecho meus olhos e procuro abrir meu coração. O vento leva tudo que sinto. Está tão frio hoje. Sinto que posso congelar. Ao meu redor... muita coisa que se resume em nada, por isso não me assute desse jeito me ignorando, porque assim você pode levar minha alma. E isso é tudo que eu tenho. É onde estou, agora. No fundo da minha alma.]

domingo, 6 de junho de 2010

[Ta bom, você não me convidou. Mas eu, que brigo constantemente com a tal da "espera", resolvi rasbiscar em você os meus próximos passos. Escrevi na sua mão "Me leva!" - meio discreta, meio disfarçada, meio tímida. Porém, inteira - como sempre. Entendeu a mensagem? E aí, tem coragem? Me leva pra longe daqui, pra longe dos meus pensamentos pra lá de malucos, pra cá de confusos. Me leva - e me trás quando eu pedir.]

terça-feira, 1 de junho de 2010

O amor é minha religião!


Love is my religion. Eu também pago meus pecados. Peço. Suspiro. Agradeço. Eu não quero dízimos. Sinto lhe informar que isso não vale de nada. Eu quero sua devoção. Seus olhos abertos. Quero que você espalhe amor por aí, por aqui. Com atitudes imprevisíveis. Suas palavras já estão desvalorizadas. Esse é o novo mandamento. (Não que nossas velhas crenças já não sirvam). Não diga que sente muito. Não me peça pra te desculpas. Não diga meu nome em vão. Será que suas confissões são realmente sinceras? Será que quem te perdoa é totalmente inocente?  Me diga de onde vem a sua fé. Me conte sobre as coisas das quais você acredita. Me mostre o que você pode fazer, pois o que você prega por aí não define quem você é. Você sabe o que está fazendo? Nada lhe impede de aprender. Tentar se justificar é a sua cruz, e você está morrendo aos poucos enquanto eu vivo entre dias imperfeitos e maravilhosos. Eu tenho em que acreditar. Eu tenho algo que eu possa agarrar com toda a minha força. Eu posso substituir a minha força por amor. A força está dentro da minha mente, dentro dos seus olhos, nas orações que ninguém ouve. O amor é a minha religião. Eu acredito que o mar acalma, que o tempo passa, que coisas ficam. Acredito em pensamentos positivos, na intenção, na intuição, nas canções que arrepiam. Acredito nos desejos, no destino, em mudanças. Acredito que unhas vermelhas elevam a auto-estima, no poder da Victoria's Secret, que ninguém vai superar o Michael Jackson, que a Madonna tem um puta estilo... mas isso é outra história. Não é porque eu acredito nessas coisas que elas tem o direito de fazer o que quiserem comigo. O amor é minha religião. Quem sabe um dia eu possa também acreditar em você?! Você irá me seguir? Porque o caminho é melhor do que você imagina (eu garanto!), mas não tão fácil quanto parece.

(Have you confeseed?)
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