sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um não querer...
Hoje eu queria expulsar palavras de mim. Ir a algum show de Rock'n roll, cantar frases "não-minhas". Fazer com que tudo fosse diferente. Melhor. Não deve ser tão difícil. Respiro fundo na intenção - quase desesperadora - de encher o peito de coragem, e ao mesmo instante, ter mais paciência.  Acordei com vontade de fazer algo que não sei bem o que é, mas que seja diferente do que faço todo dia. Um desejo de fugir pra um cantinho desconhecido, me arriscar na corda bamba, unir o céu e o mar, misturar cores e linhas... "e rabiscar com canetas hidrocor em suas costas, segredos que você não me contou. E rabiscar com canetas hidrocor pelo seu corpo frases para eu não esquecer quem sou" (Laptop - Fernanda Mello). E ao mesmo tempo, numa briga interna que me deixa metade dolorida e metade recuperada, eu insisto em não querer. Muitas vezes, manter a mente quieta torna-se tentador (não que seja uma tarefa fácil). Não quero tanto, pelo menos agora. Ás vezes sinto que me sobrecarrego de desejos e me perco - fico sem saber o que realmente quero. Como diz o ditado... Tudo que é demais, sobra. E agora, sobra tanta falta, tanto querer, tanto ser. Tudo quase vira um grande desperdício. Vejo por aí gente com mais, gente com menos - seja lá  que for. Mas vai saber se cada um tem apenas aquilo que merece? Vai saber que não merecemos apenas aquilo que vamos de encontro, que buscamos com uma atenção sinusiosa e uma esperança inabalável? Eu, como sempre cheia de pontos de interrogações. Não sei se meu salário irá aumentar, se ele irá me querer, se serei aplaudida, se meus pés aguentarão a noite inteira, se a "comédia' me fará rir, se conversarei com alguém da Croácia, se escreverei um livro, se irei algum dia para Austrália, ou Londres, ou Paris, ou Itália... Não sei, o que me faz querer menos ainda e fazer da vida uma grande surpresa, ao invés de querer tanto e ver a vida passar devagar presa em uma ansiedade que também faz parte de mim.


"Our hopes and expectations
Black holes and revelations,
YEAH" - Muse_Starlight
*

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Era outra estação. Você sentia frio no verão. Eu parti para um lugar onde fazia menos 5 graus e primaveras surgiam dentro de mim. Naquele momento, eu não me culpo por uma decisão. Estávamos sintozinados em estações diferentes. Mesmo assim, eu tinha (e gostava) da sua companhia quando eu mais precisava, ainda que apenas em palavras digitadas. Viva a globalização! Das poucas vezes que havia visto seus olhos, senti-me à vontade neles. Mas eu não podia ver, não sei o por quê, talvez fossem várias mudanças acontecendo ao mesmo tempo. Talvez fosse mesmo questão de tempo. Afinal, era outra estação. Mas eu voltei, e passamos a enxergar as mesmas cores, a sentir o mesmo cheiro (do vento), e a compartilhar dos amores e dores (que levamos com a vida). Sem perceber, me sintonizei em você. Está ouvindo a música? Estamos na mesma estação e eu estou torcendo para amanhã não chover. Mas se chover também, o que é que tem? Ninguém é perfeito, hoje em dia, conheço melhor os meus defeitos, também podemos se molhar.


Depois Da Meia-Noite
- Capital Inicial

Dias de verão e noites de inverno
A cidade as vezes é o inferno
Criei então um universo
Onde tudo era perfeito e feito pra nós dois

Passamos muito tempo sentados na calçada
Falando sobre tudo e não dizendo nada
Seu sorriso vale mais de mil palavras
Deixa que o futuro fica pra depois

Depois da meia-noite nós acendemos as luzes da cidade
Nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol

Noites de verão e dias de inverno
Poucos minutos parecem eternos
Você sabe eu não sei mentir
Esse mundo perfeito nunca vai existir

Não quero esquecer as noites viradas
Falando sobre o mundo até a madrugada
Nos seus olhos eu vejo a verdade
Faça o que você fizer diga o que você quiser
Depois da meia-noite nós acendemos as luzes da cidade
Nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol

Por quanto tempo só nós dois?
(...)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Na linha do horizonte________________________


Eu aponto para onde estou indo
Há uma linha que une o bem e o mal
Nós andamos por ela, presos ao nosso limite
Quando não há como voltar atrás, você procura
bem no fundo da sua mente algo para se libertar
Existe um ponto de luz que eu preciso consertar
Pois isso está me cegando
Como se eu estivesse sendo embrulhada pelo sol
e eu estou me desfazendo
As chamas passam pela minha pele
Eu posso sentir você perto de mim
Eu preciso correr, saltar e voar
Eu preciso perder o controle
Eu nunca quis ser alguém tão previsível
De perto eu lhe garanto que as coisas parecem bem maiores
Todos possuem escolhas fracassadas no passado
Eu não posso voltar atrás e essa é uma história sem fim
Eu não posso voltar atrás e isso é tudo que restou pra mim
Na minha frente: a linha do horizonte
Depois daquilo: coisas que eu não posso ver
Talvez alí esteja escondida a nossa glória
as nossas promessas despedaçadas
as gotas de fé que temos guardado até aqui
Quando você chegar na linha do horizonte
você não conseguirá mais fugir
você terá que lutar pelos seus sonhos
esse é o seu limite
É minha chance de resgatar minha vida
É minha chance de renovar meus medos
e as perguntas que tenho feito constantemente
Eu preciso correr, saltar e voar
Eu preciso perder o controle
Eu nunca quis ser alguém tão previsível
Quando eu chegar na linha do horizonte
Não conseguirei mais fugir
Terei que lutar pelos meus sonhos
esse é o meu limite
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Poderia ser assim... Eu lembro de você e você lembra de mim, algumas vezes ao dia. Nem demais e nem demenos. Na medida certa pra gente não se sufocar com o pensamento.
Poderia ser assim... A gente divide o sofá vendo um filme aos domingos, de pijama. Aos sábados nós nos jogamos à uma idéia nova, um novo caminho, um novo lugar.
Nos feriados você abre a porta do carro, eu entro sem saber onde vamos chegar. Nós poderíamos partir sem rumo, atravessar fronteiras...
Poderia ser assim... matamos a saudade com telefonemas e mensagens de texto com conversas descompromissadas.
A gente poderia nos ver, sem hora marcada. Nos falar, sem pretexto, sem frases prontas. Contar nossos planos, sem medo... Nos permitir e ponto.
(Poderíamos, não poderíamos?)



E você poderia roubar um girassol de um jardim para mim, me escrever um bilhete e esconder no meu caderno. Poderia adivinhar meu chocolate preferido, me levar para o show daquela banda que eu adoro. Não precisa pagar tudo, nem me acompanhar em tudo, apenas saber o que me faz feliz, me contar alguns segredos e dividir algumas respostas. Você poderia me amar para que tudo isso, que me dei ao trabalho de escrever, fosse apenas consequência.

Eu não tenho muita coisa pra dizer. Eu não tenho o mundo pra te dar. Uma canção que faça a rima parecer melhor quando você está. Eu não sei porque a gente tem que entender se por acaso ninguém precisa explicar. Preciso de um verso apenas pra dizer que com você tudo muda...
(Dias de sol - Cheiro de amor)