domingo, 24 de outubro de 2010

Sempre tive vontade de escrever histórias, minhas ou não, de montar um livro (Quem sabe um dia)... Mas nunca me senti muito confortável com o "Era uma vez". Se a história está sendo contada, ela não pertence totalmente ao passado. Alguma coisa sempre sobrevive. Amor, dor, saudade, um sorriso no canto do rosto, uma palavra ou apenas um aprendizado - o que, na maioria das vezes, significa que foi você quem sobreviveu. Isso tudo me faz pensar que sou feita de histórias (reais, imaginárias). Sim, sou feita de histórias. Aquelas das quais vivo e aquelas das quais sonho. Sou a história dos meus filmes e livros favoritos. Até mesmo as histórias que não gosto, porque o que não gosto também faz parte do que sou. Histórias que me contam - algumas que eu nem sei da onde veem. Repleta de histórias, composta de palavras simples e frases, ás vezes complicadas, eu vou. Me compondo, como se eu fosse minha própria trilha sonora. E o que será de nós se não tivermos uma história pra contar? Eu já não me importo de você vai entender ou se simplesmente irá acreditar. As histórias que não conto também são histórias, também fazem parte de mim. Por favor, conte-me o que se passa na sua cabeça. Eu estou lá? Porque eu não consigo te decodificar. Conte-me uma história para dormir e não minta muito. Eu ouço tantas coisas por aí, - algumas tão iguais - mas elas não me convencem. Eu posso sentir as palavras e sei quando é você. Mas calma, ás vezes me engano também. Ás vezes não é bem aquilo que eu gostaria de dizer (Ás vezes não é bem aquilo que eu gostaria de ouvir). Mas o que você faria se eu te dissesse que não tenho mais nada a dizer? O que você irá fazer com esse vocabulário tão cheio de segredos que você cria para se comunicar? A poesia, na verdade, é o que fazemos com nossas palavras. Nós falamos mais do que fazemos, não tenho dúvida sobre isso. Por isso soa tão "instigante" quando alguém te olha e não diz nada. Meu dicionário preferido são seus olhos (quando o resto do mundo está em silêncio)... E todos aqueles significados que são como braços macios para meus pensamentos.





Beijos mágicos e repletos de histórias!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Attraversiamo!
A palavra acima e título desse post é uma expressão italiana que significa "vamos atravessar!" (... conduzir, ir adiante... bom, escolha sua melhor definição). Da onde eu tirei isso? De uma cena do filme Comer Rezar e Amar. Criei uma certa afinidade com a história antes mesmo do filme, pois comecei a ler o livro no fim de uma viagem, mas quando cheguei ao "home" interrompi a leitura porque eu entendia apenas 60% a 65% de todas aquelas palavras em inglês (dependendo do capítulo) e que, por esse motivo, me levavam a cair de sono em cima do livro. Moral da história: resolvi esperar o filme e após assistí-lo decidi retomar a leitura. Coincidência ou não, abri a página marcada e bem alí estava ela: a palavra Attraversiamo. E o "Let's cross over!" fez todo sentido. Não importa o idioma, há uma voz que me faz essa proposta (ou talvez seja mesmo um pedido de suplência) a todo momento. "Vai, atravesse, de barco, de carro, ônibus, avião ou simplesmente caminhe. Passe para o outro lado. Percorra. Olhe essa paisagem... Não é linda?! Não tenha medo do novo. Encante-se com o desconhecido." É isso que a voz me diz. E eu tantas vezes fico aqui, sendo engolida pelo tempo - que passa. Engolida pela vontade de atravessar o mundo (o meu e o nosso mundo). Atravessar e voltar pro mesmo lugar (para a segurança do nosso porto) e depois partir de novo. Triste é ser engolida pelo descaso. Isso mesmo... falta de caso. Caso com a vida, com si mesmo, como que se sente e desacaso alheio (talvez o mais difícil de lidar). Me diz como a gente faz pra atravessar tanto descaso, tanta falta de respeito, falta de compreensão e amor nesse mundo? Onde foram parar todos os hippies? Será que eles conseguiram atravessar? O que há do outro lado? Não sei, mas eu quero ir para lá. E para isso não falta coragem. Ah.. coragem eu tenho. Você aí que me assiste viver, nem imagina. Coragem de ser, de sentir, de chegar e partir - mesmo quando a lágrima para na garganta e eu não consigo dizer tudo que tenho coragem.

Cuidadoso
(Tradução da música Careful - Paramore)

Eu me acalmei
Um olhar de raiva
Disfarçado em um sorriso
Bem, você nunca saberia
Eu tinha tudo, mas não o que eu queria
Porque a esperança, pra mim era um lugar desconhecido
e encoberto
Você entra
E eu resisto a você assim
Você não pode mandar eu sentir
A verdade nunca me liberta
Então eu fiz sozinha

Abra seus olhos
como eu abri os meus
É só o mundo real
Uma vida que você jamais conheceria
Desviando seu caminho para livrar-se da dor
Bom, você pode ignorar
Mas não por tanto tempo
Você me olha como se eu tivesse feito
Você resiste a mim assim
Você não pode mandar eu me curar!
E dói lembrar
Como foi encerrar
Você não pode mais ser tão cuidadoso
Quando tudo isso o aguarda
Não vai se aproximar
Você tem que estender a mão um pouco mais
Mais, mais, mais, mais


-
Nunca fui boa em me contentar com a vida (isso não significa que eu não dê valor a ela). Acho apenas que para ser feliz não há regras. Não me venha com esse papo furado de que isso ou aquilo é demais pra você, que outro país é muito longe, que as praias são todas iguais, que você ama demais sua família e amigos para deixá-los por algum tempo (fisicamente, não emocionalmente) e tudo na vida é classificado em certo ou errado. Quer saber? Isso tudo pode ser uma verdade para você - não para mim. Acredito que as pessoas que amamos estarão sempre conosco (onde quer que estivermos); Que a distância é algo bem relativo. Que podemos até nadar no mesmo oceano, mas a paisagem sempre será diferente, única.
 
BeijOs mágicos e atravessados!
(ps: nós poderíamos gastar mais tempo dessa vida amando - seja o que for, seja quem for).

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quando a paciência desaparece....
(a irritabilidade das coisas)

Essa semana várias coisas me deixaram irritada. Irritada mesmo! Todo o meu lado hippie, zen e tranquilo (ás vezes até demais) escorregeu pelo ralo. Falta de compreensão e respeito das pessoas + provas e trabalhos da faculdade + computador do trampo desligando sozinho + computador de casa com vírus + tpm. Você esperava o que? Ficar muito irritada era o mínimo que eu poderia fazer. Aí desabafo... com o travesseiro, com a Luh da faculdade, xingo muito no twitter, até escrevi uma folha frente e verso e colei na televisão para os membros da minha família que chegassem em casa pudesse ler tudo que tenho considerado "uma puta falta de sacanagem". Viro funérea (quem não sabe o que é isso pesquise no youtube), acho tudo infortúnio. Fico com raiva de quem tenta me desencalhar, fico com raiva porque meu status ainda é solteira, fico com raiva de respostas ocultas, de perguntas idiotas, de sms escrito errado, de dar mais que receber, do povo que fica brigando por causa da Dilma e do Serra via facebook (Meodeoos... Tantas causas sociais nesse mundo pra gente defender...), fico com raiva de quem joga a culpa nos outros, fico com raiva do meu professor que insiste que eu leve um bloquinho com desenhos de observação e caricaturas na aula (ele não tem noção de que quando observo, eu quero escrever e que não tenho afinidade alguma com caricaturas), fiquei com raiva até do meu sonho onde duas pessoas jogaram lixo na rua. Fiquei com raiva. Fiquei Puta (modo de expressão, é claro!). Eu irritada, falo verdades em palavras indelicadas. Não que eu fale mentiras (taí outra coisa que me irrita). Sempre fui a favor da verdade e ainda mais a favor de como a falamos. Por isso tento me controlar na irritação, muitas vezes prefiro o silêncio, e fico martelando revoltas e xingamentos na minha cabeça, controlando uma imensa vontade de responder na lata, de enviar emails destruidores e ás vezes chorar no fim do dia. Medo de mim, eu sei, eu também fico. Não posso negar e não adianta querer me levar achando que sou 100% qualidades, o tempo inteiro boazinha. Na minha opinião, nem os santos estão livres dos pecados, do lado B, da raiva. É nessa hora que respiro, que escuto música estranha e tento desviar o pensamento, mas não dá. Eu estou irritada e sou mulher. Modesta parte, sabemos como ficar irritada com charme, mesmo que isso aconteça de maneira totalmente inconsiente. Você, meu bem, que consegue rir das caras e bocas de uma mulher irritada (sem deixá-la mais irritada ainda) é capaz de dominar o mundo. Ouça bem o que eu te digo. E é melhor ouvir mesmo. Não fala nada - não queira competir comigo num momento desses e me dá um abraço de bônus - mesmo que eu me mostre resistente.


Beijos mágicos e irritados!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que tanto falta?

Quanto tempo falta? Aparentemente sem querer. Uma alma que não mente e quer muito. Corro. Corro e me canso. Assim perco a paisagem. São apenas reflexos das imagens que passam por mim. Ou - para ser mais justa - sou eu que passo (cheia de pressa) pela paisagem. Não respiro. Sinto-me ofegante. Me afogo no tempo. Os olhos embaçam, não avisto mais a linha de chegada e já nem sei mais o motivo que me leva a correr tanto. Porém, continuo. Tento alcançar o tempo do meu pensamento. As frases passam, somem e eu permaneço no meu estado de quando parti. Parti o tempo em mim. Sinto falta do que ainda nem passou, porque eu não o vi, porque ele não ligou. Tento me livrar de todos meus deveres para me livrar também dessa ilusão de falta de tempo. Em vão. E é no vão que meus desejos se expremem - contando as horas para virar realidade. É alí que, ás vezes, desejos deixam de serem desejos. É no vão das coisas que eu acho que o tempo já passou, que muita coisa mudou e que talvez eu deveria deixar pra lá. Convenhamos, é mais confortável viver sem esperar.

As cores lá fora me disseram pra continuar
Elas me disseram pra continuar...
(As cores - Cine)