segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu queria ser 4 Tatianas. Uma delas se dedicaria ao design. A outra, seria dançarina. A outra, ganharia um bom dinheiro vendendo imóveis - segundo o namorado. E outra tiraria folgas com frequência para ir ao dentista, frequentar aulas de Ioga, fazer exames de rotina, alugar o vestido pra festa, almoçar com a amiga, fazer a unha, ir à Santa Efigênia comprar umas coisinhas... Mas eu sou apenas uma. E preciso estabelecer prioridades. Dá um trabalho danado colocar a vida em ordem. Ás vezes, o que está no topo da lista te faz esperar, te cansa e você tem que ficar explicando para os outros porque você ainda está alí, esperando, tentando, acreditando. E você tem vontade de jogar tudo pro alto, de esquecer as prioridades, de arriscar até a última moeda que você tem no bolso, mas seria injusto com você mesma (seria?).

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Peace & Love

A campainha tocou. Eu sabia que era você o lado de fora. Meus olhos percorreram sua imagem enquanto eu caminhava em sua direção. Abri o portão e você me viu de olhos inchados, de cara amarrada, com a voz lutando pra sair sem alguma lágrima. Ainda assim, do canto da minha boca saiu um sorriso. E apesar de todas as coisas que eu estava pensando naquele momento, eu parei tudo pra ver você chegar. Foi um sorriso sincero. Você me perguntou estava tudo bem, eu fiz que sim com a cabeça porque depois de uma semana, sentir seu abraço era prioridade. Mas você sabia que eu menti, então me abraçou ainda mais forte e meu corpo ficou mais leve, minha cabeça aterrissou no seu ombro. Eu tentei explicar, mas não consegui. Fiquei presa a essa mania chata de querer ser forte, inabalável, resistente - pra não correr o risco de ser chamada de mimada. Dei apenas algumas dicas - do que mesma estava tentando entender - pra você não pensar que eu estava louca. Depois de algumas tentativas, sei lá se você entendeu o que eu queria dizer. Uma coisa é certa: você entendeu que eu queria você do meu lado. E alí estava você, dizendo que eu poderia ser eu mesma. Meus dedos percorreram suas costas, passearam pelos seus braços e se entrelaçaram em sua mão. Você me chamou de linda, palavra que eu adoro ouvir saindo da sua boca, não para alimentar o ego, mas porque você a faz ter outro sentido. Eu deixei você me levar... E a gente foi, mesmo sem saber pra onde estava indo. E a gente encontrou a paz pelo caminho.

domingo, 15 de maio de 2011

Re-clamo.

Minhas pernas formigam. Pessoas passam por mim com seus guarda-chuvas, não consigo enxergar seus rostos. São apenas borrões que se movimentam em direção oposta a minha. Escuto reclamações por todos os lados. Eu reclamo por dentro. O caixa do mercado estava lotado, eu gastei mais tempo do meu horário de almoço em uma fila como o de costume. Apesar disso, não entendo o motivo d'eu comer tão rápido, engolir a comida, engolir o dia. A distância entre a minha tarde e minha noite parece aumentar, mas isso é apenas a impressão que o trânsito causa. É sexta 13 - grande merda. Algumas causas deixam-me um pouco entristecida. Coisas que eu deveria simplesmente deixar pra lá. Me pergunto se é bobagem minha. Até o momento que escrevo esse texto, acho que não. Porém, sei que depois de um tempo - ás vezes breve - tudo vira bobagem e voltamos a dar risada. Ao chegar em casa, encontro um envelope com MEU nome aberto. (Quem ousa?) Eu sei quem e já sei até que leu páginas do meu presente antes de mim. Sinto-me invadida. Como se uma pequena importância pouco importasse. Talvez não importe mesmo e isso chega a ser triste, ou talvez eu que estou me importando demais. Pego o celular e disco um número que me acalme. Ele não atende. Então começo a escrever esse texto. Minha fuga sem sair do meu quarto. Minutos depois o telefone toca. É ele, que não tem nada a ver com a angústia - pelo contrário - cujo a voz me abraça. Eu não consigo falar muito pelo fato de querer falar tudo que estou sentindo. Mas acho que ele não iria entender, até porque nem eu entendo direito. Imagino que a noite de sono irá dissolver meu drama. Então paro de imaginar coisas e durmo. Vem o fim de semana e eu fico em paz.