quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"...eu acho que um dia você será capaz de amar o mundo todo".
(frase do filme Comer, Rezar, Amar)

Sem pressa. O dia seguiu sua ordem sem me fazer correr. Deixei que subissem as escadas e depois segui. Driblei a rotina e parei para escutar um debate de escritores em pleno horário de loucura, no metrô Paraíso. Sentei no banquinho e ouvi, sem pensar em mais nada. Deixa todo mundo ir, deixa o tempo passar - a vida conversava comigo. Por minutos suficientes, eu deixei. Depois continuei. Vi um cego sorrindo e todos os outros tão sérios. Consegui um lugar para sentar, mas não estava tão cansada como quando eu vou de pé. Que ironia, mas me culpar pra que? Cheguei, desejei um feliz aniversário para minha madrinha por telefone, mas fui eu quem ganhou um presente. "-Encontrei uma cartinha que você escreveu pra mim. Pela letrinha, você devia ter uns 6 anos". E nesse momento eu sorri, assim como o cego. Depois jantei e liguei a TV. Comer, Rezar, Amar. Na metade. Queria ter visto ontem, mas ontem eu estava com pressa, com sono e quase com uma obrigação de dormir cedo. Hoje não. Hoje eu deixei o banho para depois e não me importei de dormir com o cabelo molhado. E assim, eu revi uma história linda da qual sempre mexe comigo. Me deu vontade de escrever um livro inteiro, ou no mínimo uma carta para outra pessoa. Pensei em pedir desculpas por dois, pensei em explicações e em me explicar. Mas quer saber? Não há nada para se desculpar, nem se explicar. Depois disso, pensei em para de tentar achar respostas. "Se você ama, então ame. Se sente saudades, então sinta saudades. E toda vez que lembrar, emane amor e luz para o mundo". Resolvi seguir algumas mensagens do filme. Simplesmente sentir o que sinto e de algum modo, transformar isso em algo bom. Equilibrar a vida, talvez seja simplesmente deixar a vida ser vivida.

Obs: 
Tomara que, um dia, nós sejamos capazes de amar o mundo todo!


beijos.



terça-feira, 30 de agosto de 2011


PLEASURE, MONEY, LOVE and the CITY.

Semana passada estava assistindo um episódio de Sex and the City com um amigo quando comentei que me identifico com a Carrie, pois ambas escrevemos o que sentimos, fazemos questionamentos sobre o que vivenciamos e tentamos entender aquilo que, muitas vezes, já sabemos, mas não aceitamos. Nós amamos a cidade, gostamos tanto de um bom livro quanto de uma revista cheia de bobagens. Nós nos damos muitas chances, mesmo quando isso envolve dar chances a pessoa errada. Nós quebramos com a cara, fazemos bico, ficamos tristes e nos reerguemos. Depois de exercer nosso lado frágil, somos fortes suficientes para sorrir e não desistir. O tempo passa, a gente amadurece, ganhamos um número a mais na idade a cada ano, mas uma coisa não passa. O amor, Ou a procura de uma parte dele (porque eu já tenho uma porcentagem dentro de mim). Um amor que não peça muito, mas que seja tudo que falta. Um amor que me tire as palavras. Um amor que nos aceite, que nos descomplique. E que seja real. A Carrie de salto alto e eu evitando qualquer coisa que me faça tropeçar... Somos assim, do nosso jeito. Claro que eu não fiz esse discurso. Apenas citei o gosto por escrever e ouvi um comentário inocente (ou sou eu que ainda sou inocente). Ele disse que ao menos ela ganhava dinheiro escrevendo. Dei um sorriso morno, não me defendi e resolvi me calar. O episódio estava interessante e nem sempre vale a pena lutar para provar quem somos. Pode ter sido uma simples brincadeira, acontece que esse assunto não me saiu da cabeça e eu não sosseguei até escrever esse texto.

Será que nossa vida se transformou num grande puteiro onde nossos prazeres possuem a obrigação de serem remunerados?

Há quem diga que dinheiro não trás felicidade. Eu concordo e discordo – tudo ao mesmo tempo. Na verdade, tenho outras teorias. Dinheiro é importante sim, trabalhamos para isso. Dinheiro te ajuda a realizar desejos, te trás conforto e a sensação maravilhosa de ir ao shopping e voltar com sacolas nas mãos. Mas tem coisas, além da saúde, que dinheiro nenhum pode lhe proporcionar: PRAZER. (de ser você mesma, de seguir seus instintos,  de estar em boa companhia, de estar em paz em qualquer lugar que possa estar e até o prazer que deixa as pernas bambas...)
Tenho prazer em escrever, seja um texto, uma carta, um cartão, um resumo... Desde a infância. Não me lembro de ter escolhido me identificar com isso. Isso é uma parte do que sou e não do que eu faço. E, sinceramente, não acho que dinheiro seja a melhor forma de recompensa por eu ser fiel a mim mesma. Aliás, acho que as pessoas confundem muito reconhecimento com remuneração. Eu por exemplo, já trabalhei em um lugar que depositava meu pagamento em dia e mesmo assim não me sentia reconhecida pelo meu trabalho.  Ser remunerada é bônus, é lucro (literalmente), mas muitas vezes a vida nos presenteia de outras formas. Com gestos de valores grandiosos. É quando percebemos que o dinheiro simplesmente perde seu valor quando nossos VALORES estão em alta.






beijos urbanos!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desconectados.

O sinal lá em casa não tá muito bom, a conexão cai toda hora. A vida... vai pelo mesmo caminho. Me conecto e desconecto na velocidade de uma lembrança. Acordo desconfigurada. Faço meus backups e até a hora de dormir estou novamente formatada. Todo dia é assim. Minha memória não é das melhores. Ainda resta algum espaço vazio dentro de mim, reservado para o que eu ainda não sou, para aquilo que eu ainda não tenho. Quando eu estiver nos meus dias de lentidão, meu bem, não se preocupe. Uma hora eu volto a funcionar. No outro dia, quem sabe. Agora quando eu estiver veloz, é melhor você se segurar. Quero tudo pra hoje. Quero uma viagem, um desafio, um ingresso de um bom show e quero você. Pani no sistema! Não adianta reiniciar. Vai ser assim até que alguma coisa aconteça, até que minha página saia fora do ar. Você pode até tentar fazer um download do meu sorriso, dos meus olhos verdes, do meu cheiro das minhas metáforas. Você pode tentar anexar alguns dados coisa dentro de mim. Mas vou logo dizendo. Eu não tenho jeito. Na verdade, eu até tenho. É você que não tem jeito comigo, porque meu coração não byte. Ele bate - e forte. Intensamente. Meu coração feito de pixels que não acabam. Meu coração que de tanto ser distorcido, ajeitado, desconcertado e arrumado, eu receio que, um dia, perca a qualidade. Sorte minha que não sou feita de imagem. Não sou plugada. Não dependo de sinais (embora insista em ler sobre signos). Não vim com manual de instruções. Quer ter acesso a minha verdade? Não precisa de senha. Esqueça o facebook, o orkut, o twitter. Leia meu blog de vez em quando. Não sou um site, um livro, mas se quiser mesmo descobrir terá que me ler - mesmo quando quando eu prefiro manter a folha em branco e o quarto em silêncio. Talvez eu seja aquele verso que gosto tanto, o meu chocolate preferido, uma caminhada sem destino, o tédio do domingo ou até um mouse que descobre caminhos e busca respostas... É preciso ter paciência. É preciso mais coragem pra olhar nos olhos e dizer o que se quer. É preciso processar mais sentimento ao invés de dados - o que, se eu não me engano, essa vida cibernética está nos tirando.


beijos.


sábado, 13 de agosto de 2011

Hoje sobra um espaço

Uma veia que não pulsa
um ritmo que não toca
Uma falta de vergonha na cara
que se ressalta
Essa cumplicidade tamanha
com o travesseiro
Um pensamento que se esvai
sei lá
é assim, assim...
tem como evitar?
tem remédio que faz passar
o que já passou?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Everyday.

Eu quero alcançar meu pior medo. Eu quero o amor em sua forma mais pura. Sorrisos que não exigem nada em troca. Eu quero pintar o céu de azul piscina. Mergulhar. Eu quero dançar quando anoitecer. Dormir olhando as estrelas. Eu quero que seu silêncio converse comigo. (...). Eu quero correr e corrreeeeeeerrrrr enquanto eu tiver FORÇAS. Até que meu joelhos caiam ao chão e implorem por algo +. Até que minha prece seja alcançada. Até que meus olhos desvendem oOs mistérios desse mundo, eu estarei correndo... Minhas ruas não possuem nome, mas o sangue que movimenta meu corpo sabe exatamente onde estou. Onde eu deveria estar. Mesmo quando a cabeça parece estar fora do lugar. Onde eu deveria estar. Alcançando o raio de luz que atravessa meus olhos. Esse é o momento da rendição. Eu tenho que me entregar a vida. Eu irei me entregar a mais um belo dia. Nós morremos e nascemos aqui mesmo, sem parar de respirar - Alguém já lhe disse isso? Nós morremos e nascemos aqui mesmo. Everyday. É apenas o momento de se render, de correr, de gritar, de dançar, de amar, de lutar. Everyday.

"Deitado no parque em um dia bonito
Raios solares na grama e as crianças brincando
Bombeiros passam com as sirenes vermelhas ligadas
A casa de alguém está queimando
Em um dia como esse
E a noite vêm e esta indo embora
No degrau da frente um carro vai
Com as janelas abaixadas
E essa música de guerra está tocando
Porque não podemos ser amigos ?
Alguém esta gritando e chorando
No apartamento acima

Como é engraçado
Se você pensar sobre isso
Alguém esta com fome
Enquanto alguém como fora
Como é engraçado, não é certo ou errado
O coração de alguém esta partido
E sua torna a sua canção favorita
 O modo como a sua boca se sente
No beijos de um amante
Como um belo passaro na brisa
Ou a água com o peixe
A explosão de uma bomba faz um prédio
Cair ao chão
Ouça a risada
Enquanto as crianças brincam de guerra

Como é engraçado
Se você pensar sobre isso
Uma criança caminha 10 milhas para a escola
Outras abandonam
Como é engraçado, não é certo ou errado
No ultimo suspiro de um soldado
O seu filho nasce
Sobre uma ponte
Observando a água passar em baixo de mim
Deve ter sido muito mais dificil
Quando não tinha ponte, somente água
Agora o mundo é pequeno
Comparado com o que era
Com montanhas e oceanos e ventos
E rios e estrelas

Observe o céu
Um avião a jato fora do meu alcance
Tem alguém ai em cima
Olhando para mim aqui em baixo ?
Um garoto persegue um passáro
Tão perto, mas todas as vezes
Ele nunca o pega
Mas ele não pode parar de tentar"

(Funny The Way It Is - Dave Matthews Band)

*

domingo, 7 de agosto de 2011

Amanhã....

"Cause baby, we ain't got nothing without love"

Amanhã tudo voltará a ser diferente. Eu estou conseguindo, eu estou conseguindo e repito isso como se você precisasse acreditar. Não baby, agora nós estamos em outro lugar. Um passo de cada vez e eu estou reaprendendo a andar. Repare só como crescemos. Possuimos asas, alguma teimosia e uma vontade de não sei o que da qual não passa. Não dormimos mais oito horas por dia e ficamos cansados, o que pode nos trazer alguma impaciência. Mas os dias passam tão rápido... Eu tenho a impressão de que não temos tempo sufuciente, porque o tempo nos leva para ruas paralelas. Você sempre está ao meu lado, não junto a mim. Será que isso importa? Eu não quero mais saber se você não quiser me mostrar. Eu não quero tentar entender se você não souber explicar. Eu tenho tantas coisas para pensar... Mas você está lá, preso em meu pensamento, enquanto eu estou aqui tentando cuidar de mim. Eu tenho tanta coisa para fazer... Para você, pode parecer sem importancia, mas eu queria lhe contar que estou conseguindo. Olhe só meu pulsos fortes, olhe só minhas pernas caminhando, olhe só meu coração pulsando, minha mente criando... Eu estou gostando tanto de mim. Eu queria tanto te fazer sentir o mesmo. Eu queria tanto te fazer sentir... Mas isso eu não posso. O que construimos em cima de outras pessoas, uma hora ou outra, acaba desabando e só resta você com você mesmo. Restam lágrimas, sorrisos, alguns amigos e minha mão para você segurar. Ah... só você saberá a hora certa. Só estou te dizendo isso, porque foi assim que aconteceu comigo. Eu estou aqui, rindo com você. Eu ainda tenho dúvidas sobre tudo do mundo, mas eu continuo a mesma com algumas histórias novas pra contar.


*Enquanto escrevia ouvi várias vezes as músicas "Best thing I never Had" e "1+1" da Beyoncé...
Por algum motivo me senti inspirada. Por algum motivo me senti reinventada.
Boa noite.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Amor incondicional não existe.

Desde semana passada venho martelando um assunto na cabeça... Sabe esse tal de amor incondicional? Acho que não existe. (Estou sendo radical? Pode ser). Talvez pelo nossos pais, pelos filhos (eu não tenho, mas acredito que deve ser assim), pelos nossos fieis bichos de estimação e por nós mesmos, mas não por aqueles que, por algum momento, acreditamos amar loucamente, acreditamos amar sem fim. Então por que passamos a vida procurando alguém que se encaixe perfeitamente, alguém sem muitos defeitos e que aceite nossos defeitos sem questionar muito, que caiba em nossos planos, que caiba em nossa vida sem precisarmos abrir mão de muita coisa, que não faça muita bagunça, alguém que nos faça se sentir melhores quando deveríamos fazer isso sozinhos...? Ficamos cada vez mais frustrados, porque essa pessoa não existe. E ficamos cada vez mais frustrados porque nossa tática de nos moldar ao outro ou fazer com que o outro se molde a nós não dá certo. E nunca vai dar certo, porque é verdade quando a Fernanda Mello diz que "...amor não é apenas sorte. Não pensem também que amor é a solução pra todos os nossos problemas. Não. Amor não é solução. Amor é prêmio. Recompensa feliz para quem – afinal de contas – conseguiu manter-se fiel a si mesmo.”. Sei lá, acho que o amor deve dar certo quando você começa a amar a si mesmo e deixar que o outro faça o mesmo. Quando você começa a respeitar seus limites e deixar que o outro faça o mesmo. Quando você percebe que ainda sabe muito pouco da vida e permite-se aprender. Eu amo muitas coisas, mas de maneiras diferentes e talvez não o tempo todo. Eu confesso que sei muito pouco do amor, se é que sei de alguma coisa, mas uma coisa eu te digo... Pode existir respeito sem amor, mas não existe amor sem respeito. E é tão bonita essa coisa de aceitar e ser feliz. É preciso merecer o amor, por diversas razões, por isso eu digo que amor não é incondicional. A única condição é não desconsiderar, de forma alguma, o nosso amor próprio.
"One love, we get to share it
Leaves you, darling, if you don't care for it."
(One - U2)


-