quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As gotas d'água.

Vai dar meia noite. Amanhã o dia começa ás 6h25 com o despertador tocando. Eu deveria estar dormindo para não apagar no metrô passando a estação da qual tenho que desembarcar, como aconteceu essa semana, mas preciso escrever - mais uma vez - porque certas palavras já não cabem em mim. Na verdade, eu gostaria de me livrar de algumas respostas para perguntas que não me pertencem. Elas vivem perto de mim, mas não são minhas, nunca foram, embora eu tenha me declarado algumas vezes. Ignorar certas coisas não é fácil e, ás vezes, acabo me sentindo até um pouco covarde por isso. O que me deixa triste também, é você pensar que faço descaso, que o meu tom de voz grave, ríspido é uma forma de ataque. Você deveria saber - ou no fundo sabe - que eu não sou assim. Eu gosto de doce, abraço e rio a toa, mas eu não sou de aço. Essa outra versão de mim, é apenas meu corpo reagindo numa forma de defesa (será que sempre quis me proteger demais?), num grito, exigindo mais liberdade de escolha e um respeito também diante do que eu não quero dizer. Então a gente vai levando. A gente vai andando por um caminho cheio de bifurcações do qual você não faz ideia de onde vai dar, mas seu único desejo é que todo mundo chegue bem. Que todo mundo chegue lá.

Pensando nisso tudo eu joguei uma pergunta no twitter antes de começar esse texto:
O que a gente faz com as respostas de perguntas que não são nossas?
Acabei tendo algumas respostas do Ricardo Maruo (que engana todo mundo falando que trabalha com redes sociais, mas que na verdade é um super filósofo rsrs). Em um dos tweets ele me respondeu com uma outra pergunta: "Como impedir que uma gota d'água despareça ao sol?". E disse mais: "(...) Já pensou em não proteger nada, desapegar geral, e apenas jogá-las no oceano?. Eu respondi que havia pensado nisso, mas que se a joga-se no oceano, não poderia impedir que evapore. Mas ele não se contentou - e com razão: "Mas a gota estará livre. Ou pelo menos... menos presa as convenções do que nos bloqueia. Estará no oceano de possibilidades." .
Confesso que esses tweets me fizeram pensar.
Sim, eu apenas estou tentando ser uma gota livre.

E pra acabar, deixo uma frase da Fernanda Mello:
"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora,
pra ninguém desconfiar.
Mas por dentro eu deliro e questiono."

É isso.
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domingo, 27 de novembro de 2011

Na prática.

Já é domingo. Não gosto muito de domingo, confesso. Mas dessa vez, acho que gosto mais do domingo do que da semana inteira que se foi, um pouco lentamente. O motivo? Não sei. Ou sei, sei lá, e não gosto de admitir pra ver se isso vai embora. Isso que não tem nome. Talvez não existam palavras para tudo no mundo como dizem. Por isso, não me peça pra explicar. Você ficaria me olhando com uma cara de "que bobagem". Mas cada um sabe das bobagens que mais lhe atingem. Em cheio. No peito e pertubam a alma (e também fazem o corpo pedir por um doce - sim, uma vida mais doce - urgentemente, gentilmente). Apenas finja que me entende quando eu disser que tenho me sentido estranha, confusa e um pouquinho frustrada. Logo eu que dou risada, falo besteira e tenho uma coleção de frases que deixam a vida mais colorida. Na teoria a gente escreve, apaga, conjuga verbos, forma frases, ilustra a página... Mas na prática, a gente apenas sente e, ás vezes, não sabe muito bem o que fazer com isso. Não sei se é porque o ano está acabando e eu não estou exatamente onde gostaria de estar ou se é porque eu sonho demais enquanto durmo, ou porque minha paciência anda meio curta. Tudo isso, nada disso ou outras coisas mais. Acho até que, no fundo, eu só queria que aquela sensação de pisar em outro lugar, sentir outro cheiro, ouvir outro idioma, montar um novo álbum de fotografias, ter outras coisas que realmente valem a pena para me preocupar. Eu queria aquela liberdade com letras maiúsculas. Um ser livre de si mesmo. Será que você sabe do que estou falando? Não me olhe com essa cara, eu já entendi que você não faz ideia.


"Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim".
(Fernanda Mello)
*

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que faz brilhar.

Eu ainda me admiro com alguns sorrisos pego de surpresa e abraços demorados. De gente que eu mal conheço. Eu observo sem que ninguém perceba. Do outro lado da mesa. Do outro lado da linha. Do outro lado da rua. Em outra conversa. Eu não sei o que eles falam. Eu não sei de nada, só sei do que vejo. Eu acho tão bonito. Alguns gestos andam em extinção. Eu fico maravilhada assim como se um biólogo, ou até mesmo nós, víssemos um mico leão dourado ou uma arara azul. Algumas coisas que faziam parte da vida e deixavam nosso mundo mais colorido estão se tonando cada vez mais raras. O sentimentos são comercializados no Natal e nas propagandas de margarina. Vivemos numa época em que a moda é economizar... mas dessa vez, não se trata de dinheiro. As pessoas economizam abraços, bom dias, surpresas, gentiliza, um silêncio na hora certa, bom humor, a audição, atenção, olharem que brilham. As pessoas ainda cantam debaixo do chuveiro? Eu me admiro quando converso com alguém e o mundo inteiro parece estar em paz. Geralmente são imposições e opiniões jogadas ao vento. Eu ainda me admiro quando eu olho para o céu e a lua, cheia ou em partes, está me olhando de lá. Da janela do meu quarto dá pra vê-la brilhando, rodeada de estrelas meio escondidas pela poeira. E toda vez eu me admiro. Como se, mesmo com sol, faltasse um pouco de brilho durante o dia. Eu abro a janela, deito na cama e fico ali tentando entender o que eu nem mais o que. Uma astronauta vagando pelo planeta Terra. De que mundo eu vim?


Imagem do fotógrafo Asit, tirada na Indonésia


"Educação e presteza são valores de primeira necessidade em qualquer setor.
Se isso parece elitismo, que pena. Não é."
(Martha Medeiros)

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Ps: Hoje é dia do músico. Alguém já imaginou o mundo sem música? Portanto  parabéns a todos que usam do som, uma arte e uma forma de expressão. Vocês que fazem a gente sentir, arrepiar, refletir, cantar junto, dançar esquisito ou até bonito. Vocês que nos distraem, que fazem a trilha sonora dos nossos filmes preferidos e das nossas vidas. Vocês com criações maravilhosas. Vocês que também fazem nossos dias brilharem. Eu poderia colocar um vídeo, mas é difícil escolher apenas um pra representar esse dia. Então sugiro que comemorem com suas músicas favoritas!


beijos mágicos


Um longo caminho...

"Você não sabe se você está indo ou vindo.
Mas, você acha que está no seu caminho"
 (Mirror - Lil'Wayne)

Ás vezes eu sinto sua falta. Seu jeito de tentar me animar em dias como hoje, em que nada parece se acertar. Algumas coisas mudaram e outras continuam iguais ainda sem uma solução. Ás vezes eu me sinto desarmada, caindo nas armadilhas da vida. Com as pernas cansadas e as mãos arranhadas. Você pode achar que é apenas um drama qualquer, mas tanta coisa aconteceu esse ano que eu nem sei mais como reagir. Então eu sorrio e digo que tudo vai ficar bem. Eu apenas estou aqui. Por um momento eu quero gritar. Será que você iria me escutar? Por um momento eu quero chorar, sentada, olhando pela janela, vendo a cidade passar por mim, mas de repente surgem tantas pessoas que a vontade passa. Se você estivesse aqui, eu me esconderia nos seus braços e tudo passaria mais depressa. Eu dormiria e no outro dia, tudo estaria bem melhor. Mas você não está e eu não te traria de volta. Eu não tenho tantos poderes. Eu não posso mudar decisões que não são minhas (ás vezes nem as minhas), então eu sigo em frente torcendo para que fassemos as escolhas certas.  Eu fico torcendo para que chegue logo a nossa vez. É um logo caminho, você já sentiu isso? É sempre um longo caminho. Você ainda sabe para onde está indo? Porque hoje eu me senti perdida no meio do meu dia, tentando encontrar o caminho de volta. Ás 17h30 eu voltei para casa. Vi minha imagem distorcida no vidro do metrô e eu quase não me reconheci ali. Tudo parecia estranho. É sempre um longo caminho e eu estou tentando encontrar maneiras de seguir para onde quero chegar.


*

sábado, 19 de novembro de 2011

É BOM...

" ...E como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade
Pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você
Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar"
(Bom, Ruim, Assim Assim - Pedro Bial)


 Bom encontrar gente que você nunca viu, de propósito. Ou ficar mais de dez minutos por perto de quem você conhece pouco. Bater um papo. Não que você tenha que saber de tudo e de todas as verdades, isso requer paciência, simpatia e boa vontade. (Fique) á vontade. Escolha sua bebida. Pode ser suco de fruta, coca com gelo e limão, cerveja, cachaça e licor de jabuticaba... Tem pra todo mundo. O que você quiser. O que você quer ser. O que você é.  O que? Tem o mundo inteiro pra desvendar. Mundos particulares - ou não. Traços individuais registrados no papel. Será que estamos enxergando a mesma coisa? Por um momento eu percebo que sim. Traços que muitas vezes quem te conhece desde pequeno nunca reparou. Nem igual, nem diferente. Apenas um ser, ali. Nem passado, nem futuro. Apenas sendo o que se é.  Entre palavras, risadas, desenhos, goles e petiscos. Depois de um dia quase inteiro, depois de bons abraços de despedida, volto pra casa com a sensação de que isso me valeu o dia, se não, uma semana inteira.


Resumindo:
Ganhei bons momentos e meus olhos retratados pelo Engelmann hoje ;)
Ele desenhou meu rosto inteiro, mas como disse que não gostou da boca, resolvi postar só os olhos, que por sinal, agradecem a homenagem!



Eu vim no metrô segurando esse desenho (eu não dobrei, nem enrolei viu Engelmann! rs) e pensando em como a arte tem o poder de nos revelar (as coisas como realmente são, ou nossa visão diante do mundo). O que pude perceber até hoje é que é impossível desenhar sem abservação. Acho bonito essa fase em que, antes do traço no papel, há uma preocupação em retratar as coisas simplesmente como elas são. Detalhes sobre você que, muitas vezes, quem te vê desde pequeno ou até mesmo você, nunca percebeu.

"O céu parece mais claro e até o cinza me traz um tom diferente:
é só um novo jeito de ver. Ou de me sentir."
(Fernanda Mello)

beijos mágicos.




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Para não esquecer...

Todo dia é o grande dia.
Por mais que isso pareça clichê
Por mais que alguns dias sejam iguais
Todo dia é o grande dia.
Não se trata sempre de ganhar ou perder
Viver talvez seja o suficiente
Agora é questão de honra
tudo que você acredita
tudo o que você faz
tudo que te faz feliz
É um compromisso individual
Eu entrei por aquela porta de véu e grinalda
Eu me casei comigo mesma
Por agora é uma questão de honra
tudo que eu acredito
tudo o que eu faço
tudo que me faz feliz
Eu não vou parar
Eu não posso me abandonar
Eu olho para o espelho e vejo que essa menina de salto
é a mesma que ás vezes sai de tênis e moleton
Eu e ela no espelho
Viveremos eternamente até que a morte nos separe
Nós iremos mudar a cor do cabelo, o tamanho dos brincos
e talvez aprenderemos a nos alimentar direito
Baby, você estava certa quando cantou "I born this way"
Baby, você nasceu assim
E todo dia é o grande dia
Não se esqueça do compromisso que tem consigo mesma.

*

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aceitar é ser feliz!

Semana longa. Muitas coisas para escrever, mas para muitas delas não encontrei palavras.
Bom, vou tentar mesmo assim.

Uma vez eu lia frase "Aceitar é ser feliz" em um dos textos da Fernanda Mello. Confesso que eu, inquieta que sou, não entendi muito bem quando li. Para mim, aceitar era sinônimo de se acomodar. Hoje eu penso que seja outra coisa. Ta ai a tal coisa que não consigo explicar direito.

Muitas pessoas falam em se aceitar. Eu concordo. Isso não quer dizer que você não possa melhorar. Sempre podemos nos tornar serer humanos melhores. Mas é preciso também aceitar o dia, desde quando você acorda até a hora que você se dá conta que já é noite e tem uma lua linda no céu pra contemplar (Sorte minha ter um quarto de frente pra lua!). E você aceita um convite quando te fazem sem colocar muitas desculpas no meio. Sua amiga te chama pra comprar sapatos em plena segunda-feira na Av. Paulista e você aceita. E você aceita o fato dela chegar a atrasada para comer aquele chocolate que você adora e ver vem e vai infinito de pessoas. No outro dia, você aceita que o metrô vai sempre lotado, que vai ter dias que você não vai estar 100% animada, mas que tudo bem, amanhã será melhor. Você aceita que não precisa ir pra casa correndo porque tem que estar com as unhas pintadas, você pode fazer isso lá pelas 22h (existem regras de horário) depois de tomar um banho ao chegar da sua aula de body combat que combate até sua ansiedade. Você aceita fazer novos amigos. Você começa a aceitar que ninguém é perfeito, incluindo você. Você aceita a paz que de repente surge pra te fazer companhia. Você aceita o fato do seu programa de tv favorito acabar 00h30 no outro dia você estar com mais sono, mas que no fim de semana você se recupera. Você começa a reclamar menos da vida, a aceitar mais o que ela te trás. Se tudo tem dois lado, porque a gente não descarta o lado ruim? Isso é um convite. Depois que você aceita, é preciso só mais um passinho pra começar a aproveitar (yes, we can baby!). Escrevendo essas coisas eu lembrei de uma coisa que a professora dizia na escola. Ela dizia que todos os alunos já iniciavam o bimestre com nota 10 e cabia a nós mantermos essa nota ou não. O que isso tem a ver? É a nossa vida. Já nascemos felizes e cabe a nós manter essa felicidade. Não vou mentir, tem dias que eu reclamo, bato o pé, xingo, passo por situações desconfortáveis, mas quer saber? Estou procurando aceitar até o que eu costumo disfarçar. Acomodar com o que incomoda, isso não. Mas que aceitar é ser feliz. Ah... isso eu estou descobrindo que é!

"Não podemos ser felizes se preferimos nossas ilusões à realiade.
A realidade não é nemboa nem ruim.
As coisas são como são, e não como gostaríamos que fossem.
Compreender e aceitar isso é uma das chaves da felicidade".
(trecho do livro: Breves encontros com Dalai-Lama - 108 reflexões para alcançar a serenidade)




Love is not a competition, but I'm winning!


Muita gente reclama que ainda não encontrou o amor. Vai entender. Se você ainda não encontrou alguém pra chamar de namorado, marido, companheiro ou sejá lá como quiser chamar, isso é outra história. Mas olha o amor ai. Na sua frente. Na frente do seu nariz! Não, não estou chamando o amor de palhaçada. Estou chamando o amor de pai, mão, amigo, amiga, irmão e até de gente que você nunca viu como o Dalai Lama (Ontem passou o episódio de Chegadas e Partidas - GNT - quando ele desembarcou no Brasil e no sorriso dele tinha amor, eu vi!).
Essa semana disse que os homens utimamente estão de muito "mimimimi". Reclamando que as mulheres são interesseiras, que não dão valor aos bons homens, que acham que todos são iguais e blá blá blá. As mulheres fazem o mesmo: tentam encontrar defeitos no sexo oposto (Hey, vamos brincar de encontrar qualidades?). Todos vestem suas armaduras e ninguém se vê. Ás vezes eu fico me perguntando se o amor é uma competição. Sinceramente, acho que não. Espero que não. Homens não são melhores que mulheres ou vice-versa. Homens e mulheres são pessoas. Pessoas são cheias de defeitos, manias e qualidades. Pessoas deveriam ser menos classificadas por suas singularidades do que por pertencerem a tal signo, ou serem de tal altura, tal peso, terem tal cor de cabelo.
Por que é tão difícil para algumas pessoas encontrarem alguém para tamparem sua panela de pressão? Eu não sei. To aqui solteira e não sei te responder, mas não acho que seja culpa dos homens ou das mulheres. Não acho que seja culpa- de ninguém.

beijos mágicos.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bom dia!


domingo, 6 de novembro de 2011

"Se você me ama
Não vai me deixar saber?"
(Coldplay - Violet Hill)


Ás vezes eu fico me perguntando quais os motivos que ainda te prendem do outro lado
Eu poderia esbarrar em você ás três de uma tarde cinza
Eu poderia ver o céu se abrir olhando nos seus olhos
Você iria sorrir e eu descobriria que te conheço de algum lugar
E você ocuparia um lugar que sempre foi seu
Mas quem é você? Quem é você? Você?
Como um sussuro que atravessa seu corpo
Alguém que eu não se possa comparar
Talvez essa seja a reposta

- O prazer é nosso.
(Seja você quem for).