segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

365 em 1?
   
   Agora a pouco estava fazendo a sobremesa e temperando a carne. Bebi uma taça de vinho e resolvi escrever esse texto. Pois é. Já é reveillón! Tanta coisa aconteceu que quando paro para pensar, chego até a ficar tonta (mentira! Fiquei meio tonta por causa do vinho mesmo! rs). A questão é que muita coisa mudou. Muita coisa se desfez e muita coisa melhorou. A vida é assim... Cheias de supresas boas para quem tem coragem e embarcam nessa viagem, mesmo sem saber onde se vai chegar! A vida, na verdade, não é o destino e sim a trajetória. Quando se está lá, melhor mesmo é aproveitar. Os que têm medo, passam a maior parte do tempo se agonizando pelo o que a vida poderia ter sido. Por isso, é muita hipocrisia erguer uma taça de espumante e brindar a um 2013 maravilhoso se você não moveu um dedinho, uma respiração mais profunda, uma hora a menos de sono para enfrentar algum medo ou lutar para ser alguém melhor (de verdade!).

    Sinceramente, não acredito que apenas uma noite vá renovar muita coisa, então não tenho uma lista de desejos. Porque, o que você realmente quer, uma hora ou outra, acontece. Hoje é só um dia que deve ser comemorado como tantos outros. Renovar a alma, pensamentos e desejos devem acontecer durante os 365 dias e é assim que construimos nossa história.

   Que tenhamos coragem de (continuar a) ser quem somos em 2013 em diante...

beijos

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O dia do casamento.

Ano passado eu argumentava para minha avó porque não queria me casar cedo (porque eu estava solteira? hehehe). Aqui estou eu, com status do Facebook alterado. Muita gente não entendeu nada e deve ter pesado que rolou cartório, véu e grinalda... Incrível como o mundo moderninho ainda é tão padronizado.

Sei lá, até gosto de um pouco de glamour, mas acho que nunca pertenci a esse mundinho de quem sonha em entrar num altar de branco e fazer questão de um novo sobrenome. Não critico quem faça isso. Gosto não se discute e muito menos sonhos. Eu só acho que fazer igual a todo mundo, nem sempre é o seu jeito mais verdadeiro de fazer as coisas.

E eu, ah eu ganhei na loteria... Quando vi, eu estava vivendo ao lado do homem que faz com que todos os meus dias sejam especiais. Acreditem se quiser, mas foi assim... E eu não vou abrir mão disso porque a sociedade cobra que as pessoas definam seus pares por volta dos 25 e 30 anos. Eu, que nunca me senti muito a vontade com a "sociedade", hoje, com 22 anos, não acho que o amor tenha que acontecer por questão de conveniência (foi uma honra ter me apaixonado pela convivência!), por isso, caso sim - do jeito que eu quiser - e se duvidar, ainda compro uma bicicleta!


 *

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O encantamento das coisas.

Acho bonito esse clima de Natal. A avenida Paulista já está enfeitada, embora eu ache que nos outros anos estava mais "caprichada". Fiquei um pouco decepcionada ao ver que nos anos anteriores o Bradesco Prime estava inteiramente enfeitado e esse ano, nada, nadinha, nenhuma bolinha colorida. Contudo, não vou escrever esse post para julgar quem quer entrar no clima ou não. O que quero mesmo dizer, pode parecer bobagem, vou logo avisando...

A gente sabe que Papai Noel não passa de um homem passando um puta calor naquela roupa que, aliás, foi feita para o clima de inverno. A gente sabe que bolinhas coloridas não dão em árvore. Que a neve não é neve. Que o boneco de neve também não é feito de neve. Que renas... Alguém ai já viu renas de verdade? Mas e daí? A cidade está enfeitada. O comércio uma loucura. Pessoas fazem planos e reclamam do preço do peru. Vai ser sempre assim. Na minha opinião, bem melhor que carnaval onde a cidade fica enfeitada e tudo uma loucura a troco de nada. Pelo menos no Natal a gente ainda pode ver uma coisa que, infelizmente, se torna cada vez mais rara... Podemos observar que as pessoas ainda podem se encantar!

E o Natal é apenas um pretexto para como anda a sensibilidade alheia. Há quem se faça de durão, mas fica tirando fotos dos enfeites. Há quem seja tomado pela realidade fria e ache que essa época é ilusão demais. Há quem seja levado pela tradição e nem saiba mais porque está no meio desse clima todo. Mas ainda há quem ainda acredite em desejos, em amores, em pequenos gestos, em abraços e ainda apossua uma leve crença no ser humano... Geralmente são as pessoas que exercem isso o ano todo. Quem julgam menos, que vivem mais. Que passam o ano todo tentando ser melhores ao invés de ter invejinha e fazer picuinha.

Tenho uma teoria meio maluca de quem ainda tem capacidade de se encantar, pode fazer a diferença nesse mundo. Pois essas pessoas sabem que uma vida sem um "querer mais" não tem sentido. Que passar um ano sem ter conquistado algo ou ter evoluído  nem que for um pouquinho, interiormente, é um ano perdido. Essas pessoas possuem o Natal dentro ali no peito, e encontram sentido até para o que, aparentemente, não existe. Elas acreditam em ideias e as fazem existir. Essas pessoas possuem brilho nos olhos e sabem enxergar quando a vida resolve lhe dar um presente.

Eu tenho orgulho em dizer que sim, gosto de Natal, da avenida Paulista enfeitada, gosto dos fogos de artifício do ano novo... Gosto das cores, das luzes, da neve... Acho bonito mesmo sabendo que tem todo ano, que é tudo de mentirinha. Mas e daí? O filme que me emocionou ontem não era real, a música que gosto sei lá como foi produzida, o texto da Martha Medeiros nem sei quando foi escrito, mas está ai, também me encantando... "Não era a chegada do Papai Noel, não era a inauguração de uma loja, não era show dos Rolling Stones, não era nem mesmo atraente, umas faíscas vermelhas e verdes que eram quase como sinais de transito que tivessem sofrido um curto circuito, mas eram fogos de artificio, e o motoboy não conseguiu se mexer, ficou estático e emocionado olhando aquilo como se estivesse vendo a Ana Hickman nua ou o lançamento e um foguete: vidrado, encantado, hipnotizado como a gente deveria às vezes ficar diante do inusitado."


Neste ano, meu Natal será um pouco diferente. Embora haja em mim uma sensação de divisão, me sinto mais completa. Não poderia estar mais grata e alegre pelo presente que a vida me deu e que me encanta todos os dias. 

Enfim, desejo que neste Natal  você também possa estar ao lado 
de pessoas encantadoras e encantadas!

Beijos


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A sorte de cada um...

    Há quem diga que sorte é ganhar na loteria, ser sorteado em uma promoção, fazer cartela cheia no bingo, acertar na rifa ou achar dinheiro na rua. Outros dizem que sorte é escapar de um acidente, é sobreviver depois de um acidente, é não ser assaltado, é desviar, inconscientemente, da merda na calçada. 
    Também pode ser que sorte seja arrumar um bom emprego, encontrar um amor sem querer ou se livrar daquele que você achava ser o amor da sua vida, é conseguir ingressos para o show da sua banda favorita.
    Você pode ter sorte quando está passando um perrengue em outro país e achar alguém que te ajude em português, quando não fica esperando muito tempo, quando não perder a hora, o ônibus, o controle.
    
   Figa, pimenta, ferradura, pé de coelho, trevo de quatro folhas, elefante com bunda virada pra porta, cristal na janela... Um punhado de sorte em liquidação! Mas não adianta... Muita gente só enxerga a sorte quando passa pela possibilidade de estar na falta dela. Então, sorte é uma faca de dois gumes? É a notícia boa que vem depois do quase ou a notícia boa que vem sem se esperar? Sorte é notícia boa e ponto. E qual é a boa de hoje? 

   Quer mais sorte? Melhor começar a mudar seu modo de enxergar a vida. Olha aí, apesar das notícias do jornal, tem tanta coisa boa acontecendo todo dia... Gente que reclama demais espanta sorte, sabia?

    
    Considero-me sortuda por vários motivos que poderei contar outra hora, mas ontem, estava caminhando em direção ao metrô e pensando na sorte, no que ela significa para cada um. Encontrei várias perguntas como puderam perceber, e para todas elas, uma única resposta dita por Guimarães Rosa: "Sorte é isso: merecer e ter!"

Boa semana e boa sorte para nós!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Acho que uma das piores sensações do mundo é começar a achar que ser o que somos não é o suficiente e começar a nos violentar psicologicamente a fim de parecer mais do que somos.
Aconteceu comigo. Foi semana passada. Sai de um lugar achando que não tinha cumprido meu papel, mas tinha. Sai de lá achando que não tinha sido perfeita, mas eu nunca serei perfeita. Sai de lá achando que deveria ter sido uma super mulher, mas eu sou apenas humana.
Ai vem a vida e nos mostra que precisamos ser apenas nós mesmos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uma vida para chamar de sua.

Quem nunca bisbilhotou a vida alheia que atire a primeira pedra. Não sejamos hipócritas, mas também não sejamos doentes. É saudável ver fotos dos amigos, da família, da festinha que rolou no fim de semana. Afinal, está ali na timeline, não é mesmo? Uma espiadinha, como diria Pedro Bial, não faz mal a ninguém. Mas, sinceramente, não entendo essas pessoas que perdem minutos ou, quem sabe, horas do próprio dia procurando (procurando mesmo! Vai lá, digita nome, clica no link, vê conversas inteiras, blá blá blá...) por uma novidade alheia, só para traçar um plano de suposições e jogar uma praguinha. Isso não é sacanagem e uma puta falta do que fazer? Que tal transferir toda essa curiosidade para um aprendizado novo? Que tal gostar mais de si mesmo(a) e dar mais importância para a própria vida? Enfim, são só conselhos...

Meses atrás, uma pessoa teve a ousadia de dizer que eu não estava tão feliz, afinal, ele acompanhava constantemente meu blog e tinha chegado a essa conclusão. Surpresa! Eu estava (e continuo) numa fase super feliz da minha vida, tão de bem comigo mesma que expor isso ou não, não faria diferença alguma. Afinal, as pessoas que realmente me importam e que se importam comigo estão ao meu lado e não presas numa página online.

Já a pessoa que me acompanhava tanto pelo blog quanto pelas redes sociais acabou se entregando nessa suposição fracassada. Estava ali, implorando por uma atençãozinha, tentando fazer parte de algo do qual não cabia mais, esperando que eu fosse dar uma significância para aquilo tanto quanto ele dava, pedindo para que eu olhasse a vida dele tanto quanto ele olhava a minha (ou achava que olhava...). Se ele voltasse a atenção dele para si mesmo, descobriria que estava sendo "meio" patético (Sim, se todos os stalkers voltassem a atenção para as próprias vidas, ficariam assustados e se perguntando: "O que estou ganhando com isso?").

"Vá.

Fale mal do mundo enquanto eu faço versos.

Investigue a vida alheia. Faça calúnias.

Invente histórias em que você não está.

Vá!

Mas vá logo!

O que te espera de si? Flores, perdão...

Ou um sentimento barato pra se enfeitar?


Vá.

Fale mal de mim enquanto eu faço versos.

Queixe-se da vida. Culpe o outro. Beba algum veneno forte.

Engula uma verdade sem rir. Insulte alguém feliz.

Meu coração tão leve - daqui - te sente:

Tanta falta de amor por si mesmo, porquê?"

(Fernanda Mello)


Levo uma vida normal. Não faço novela, não saio em revistas, nem dou declarações bombásticas. Não acho que tenha muita gente acompanhando minha vida. Escrevo esse post simplesmente porque prezo por um mundo onde as pessoas se superem, sigam em frente, com próprias novidades e uma vida para chamar de sua.

O tempo passa muito rápido para vivermos vidas que não são nossas e das quais não fazemos mais parte.


Por um mundo onde as pessoas se valorizem mais!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dia de SER grande!

Dia das crianças está ai. Viva o feriado na agenda (mãe, já tá chegando?) e viva o doce, o simples, o presente e presentes, o brilho nos olhos, a surpresa, as risadas gostosas, um querer sem fim, a falta de preocupação, a falta de classificação, a capacidade de descobertas, de se encantar e celebrar sem medo.

Vem cá. Vou te contar um segredo: Quem não sabe ser criança, não cresce, sabia? E tem mais... A gente cresce e continua aprendendo a ser criança, porque criança não sabe ser ninguém além de si mesma.

E se formos nos dar um presente nesse dia 12, que seja um pouco mais de presente, no sentido temporal do agora. Afinal de contas, criança não vive em outro lugar a não ser no agora. Isso faz com que cada encontro, cada descoberta, cada novidade tenha uma importância muito grande e única, porque tudo que existe é agora. Exercer a criança que existe em nós, é exercer nosso olhar mais simples e sincero diante das coisas. É coragem de se reinventar sem abandonar quem realmente você é.

Vem cá. Me responde: O que te faz feliz? Se você pensou em algo parecido com um abraço, um sorvete, bolhas de sabão, andar descalço... Parabéns! Você ganhou uma estrelinha no caderno e o certificado de que possui sorte na vida.



"Um adulto infantilizado? Não, isso é patético. 
Na verdade, é essa capacidade de olhar o cotidiano e se encantar"
(Wellington Nogueira)

*

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Nunca subestime o poder do "Eu gostei disso!"

Ri quando assisti ao vídeo abaixo do John Mayer falando sobre relacionamentos amorosos. Ri porque achei exagerado e ri porque achei que aquele exagero faz um pouco de sentido... Então resolvi escrever por aqui.


É aquela velha história de que tudo que é demais, sobra. Ditados populares não existem por acaso.  Mas gostaria de abordar uma diferença que acho importante. O que difere o demais do muito.

Demais realmente sobra. Sobra porque incomoda, suga, invade, não cabe, assusta. Agora, muito é bom. É algo a mais (não demais). É um alívio perceber que o que você sente não é aquela coisa sem graça, morna, mediana, que não faz diferença nenhuma, porque muito é aquilo que preenche, completa.

Na teoria distinguimos bem. Okay. Até John Mayer é bom na teoria. Na prática, pode ser um pouco mais difícil. Somos humanos. Isso que nos faz tão atraentes. Pode ser que estejamos bobos, encantados, empolgados que simplesmente, por algum milésimo de segundo, achamos que “muito” e “demais” são a mesma coisa e saímos correndo por ai, atropelando quem está na nossa frente e nos atropelando principalmente.

Por isso, gosto do que o John disse no final: “Nunca subestime o poder do ‘Eu gostei disso!’”.

É sempre bom lembrar da importância de gostar das coisas como elas são. Bom olhar pra dentro e perceber a diferença daquilo que realmente gostamos ou que queremos gostar. Bom saber que isso realmente faz a diferença.

Não subestimar o poder de "Eu gostei disso!" ou "Eu gosto disso" é o mesmo que fazer questão de ser sincero consigo mesmo desde o início, o que já é um bom começo...

Quanto a música do vídeo acima, eu gosto, mas prefiro essa do vídeo abaixo... 
Acho que combina mais com o texto ;)



"Amor é um verbo
Não é uma coisa
Não é algo que você possui
(...) Amor é um verbo
Amor não é uma coisa
Amor é um verbo"


*

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A paixão (d)o clown ...e a gratidão.

“Existem muitos modelos na sua frente, mas qual é aquele que é o seu? 
E, ás vezes, o seu modelo é diferente de tudo que tem ai e você tem que criar um novo. 
Então, quando eu pensei dessa forma, eu fiquei a vontade pra meter as caras, 
errar e aprender com a experiência.” 
(Wellington Nogueira)

Ao longo da vida nos apaixonamos por várias coisas ou pessoas. Tudo nos transforma em algum aspecto. Basta estar aberto para simplesmente estar ali, naquele momento, vivendo aquilo, aprendendo com aquilo e compartilhando a si mesmo. Ao longo da vida, amadurecemos com nossas paixões.

Olhando fotos antigas percebi o quando me modifiquei devido à várias circustâncias  e escolhas. A dança pela qual me apaixonei, a terapia que ajudou no processo de ter paixão por mim mesma, o intercâmbio que fez com que eu me apaixonasse pelos momentos, os lugares dos quais passei, as pessoas das quais conheci... Foi um processo natural que hoje me faz perceber que não só minha imagem mudou, mas também meu olhar para o meu mundo e para o mundo lá fora.

No começo desse ano, eu resolvi abrir os braços para uma nova paixão que fez uma diferença enorme em mim e ainda faz: o mundo do clown (ou palhaço, enfim, chame como quiser). Eu resolvi fazer um curso chamado “Um clown dentro de mim” do qual já escrevi bastante aqui no blog, mas que hoje me trouxe uma sensação que eu não consigo explicar muito bem. É quase saudade, mas não é, porque tudo aquilo ainda está dentro de mim, que me desperta vários sentimentos, me emociona e alimenta meu encantamento pela vida.

Muitas vezes vestimos máscaras imaginárias para lidar com alguma situação ou simplesmente para se proteger do mundo lá fora (ou do mundo de dentro), mas o palhaço coloca uma máscara para se expor. Você pode pesquisar os diversos caminhos que o clown pode tomar, pode assistir à milhares de vídeos. Seja Chaplin, Mr. Bean, Avner, Doutores da Alegria, Jogando no Quintal, palhaço de picadeiro... Todos palhaços, todos inteiros, todos imperfeitos de TÃO humanos. É isso que me encanta no palhaço, essa coragem de ser TÃO humano. O palhaço é isso... É a aceitação do SER humano a partir de si mesmo.

O palhaço é “aquele cara” que brinca o tempo todo com a tragédia. É lindo isso, é dolorido, extremo. Exige doçura, inocência, 100% de entrega no presente e generosidade. Ta aí... Sou grata pelo clown ter me ensinado entre tantas coisas, o que é generosidade

Hoje acordei pensando nisso tudo... 
Nas coisas que fazem nossos olhos brilharem e que modificam a gente.



Ps: Recomendo o documentário dos Doutores da Alegria (vídeo abaixo) para quem quer entender um pouco mais da essência do palhaço. 


Para quem não sabe Wellington Nogueira (do qual eu tenho uma admiração enoorrrrme e tive o a honra de dizer isso a ele pessoalmente) foi o responsável por trazer o projeto  onde artista especialmente treinados levam alegria a crianças internadas dando surgimento ao Doutores da Alegria.



“A gente não está acostumado a pensar em alegria como um direito. A gente não está acostumado a pensar em alegria como algo que a gente cultiva. Como algo que é importante na vida da gente. E não é aquela alegria de ficar sorrindo, rindo o tempo todo. Muito pelo contrário. É a alegria pelo fato de você estar vivo. E de você estar lutando. Você ter desafios... É quando você sai da sua zona de conforto pra tornar melhor uma situação para o outro. Para aquela criança, pra família, pro teu entorno, pra tua comunidade... Parece que você está se desdobrando pra fazer algo por alguém, mas na verdade, você ta crescendo, você está se tornando mais potente e você está mais em contato com o teu potencial e isso é uma descoberta tão bonita!”  (Wellington Nogueira)

E ao final desse post eu descobri qual era aquela sensação
 que eu não conseguia explicar e que não era saudade. 
É gratidão.



beijos generosos, humanos e inteiros!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vinícius de Moraes que me perdoe, 
mas beleza é sim fundamental!

Hoje venho aqui para concordar "acidentalmente" com Vinícius de Moraes quando ele disse que beleza é fundamental. Sinceramente, não creio que ele soubesse o verdadeiro valor disso quando pediu que as feias o perdoassem. Ele teve nove casamentos que provavelmente começaram pela beleza errada. Vinícius de Moraes que me perdoe, mas beleza é sim fundamental.

Não adianta ter altura de um metro e tanto, uma definição que não consegue ultrapassar o limite dos músculos, uma cara que parece estar sempre maquiada. Não adianta passar a vida inteira malhando, usando a última moda, passando cremes que dizem combater o envelhecimento e o ressecamento dos cabelos. Isso tudo só vai servir para quando a gente quiser se exibir,  impressionar, se olhar no espelho e comprar certa admiração. Mas beleza mesmo... Ah a beleza é outra coisa.

A beleza é aquele abraço que aperta, acolhe ou balança. É quando escapa um sorriso pelos olhos. É o gesto livre de qualquer vaidade. É aquele breve momento do silêncio da boca. É quando o corpo dança, fala... É a falta de ensaio. É rir da falta de jeito. É admitir que não se é perfeito. Beleza é a vista de uma janela aberta. É o que os olhos vêem quando se fecham. É contar histórias, contar as horas e depois, não contar hora nenhuma.

Ouso dizer que o decote, a saia curta, o batom ou o all star, o jeans e o blazer apenas nos distraem. O que nos atrai mesmo é a beleza. Basta olhar ao redor. Quanta gente linda conquista você todos os dias sem a menor pretenção de fazer isso? Sejam eles amigos, pais, filhos, irmãos ou aquela pessoa que invade seu peito de alegria e te faz sentir saudade a qualquer hora da tarde de um dia qualquer. Porque a beleza é compartilhar aqueles pedacinhos tão individuais sem perceber. Sem querer ser mais ou menos. É desprendida do querer ser belo. A beleza não se tem, se é.

"... E mostre o seu rosto para a manhã
Pois qualquer dia desses
Você vai nascer e crescer
E isso acontece sem você prever"

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O domingo e eu. Limpei o domingo. Aspirador de pó, pano de chão e tudo que se tem direito. Levei o domingo pra ver o sol. Tava bonito lá fora. Andei sem hora pra voltar, sem lugar pra visitar, sem gente pra cumprimentar. Decidi ver um filme. Não estava no clima de "Os Mercenários 2". Queria algo que conversasse comigo, então escolhi um filme francês chamado "Intocáveis". Comprei meu ingresso e ainda tinha 1 hora e meia de bobeira. Fui na livraria, peguei um livro da Martha Medeiros, que sempre quero e nunca compro, da prateleira. Fui atrás de um canto vazio. Gente dormindo nas poltronas ou falando no celular, me impedindo de sentar. Fiz o mesmo percurso novamente e arrumei um lugar. Comecei a ler "Ser feliz por nada". Fiquei morrendo de vontade de escrever e me dei conta de que eu deveria sair sempre com um caderninho e uma caneta na bolsa. Ou não. Me perdi ali e a hora passou. Voltei pro cinema. Sentei num lugar bom. A sala era maior e estava mais cheia do que eu esperava (porque na verdade eu não estava esperando nada além de sentar ali e assistir a um filme). Por certo momento parei para pensar o motivo que levaram as pessoas a estarem fazendo a mesma coisa que eu. A verdade é que olharmos para o lado, descobrimos que as pessoas fazem as mesmas coisas de modos diferentes. Legal isso. Mas legal mesmo foi o filme que me fez rir sozinha, me fez gostar de estar ali. Sim, ainda sou eu comigo mesma. E eu estava precisando dessa certeza de que ainda gosto disso. Eu e minhas escolhas, eu e meus desejos, eu e minhas risadas. Continuo adorando, até porque é bom estar em dia consigo mesma. Não importa onde você esteja, quando, com quem, no final das contas é você e você. O domingo, eu e eu mesma. Ai vem o filme, vem o cara rico que só mexe a cabeça, que depende de todo mundo pra tudo e pergunta pro cara que vai lá só pra ter uma declaração pra continuar recebendo seguro desemprego. "-Não se incomoda de receber ajuda o tempo todo? / -Não. E você?". O senso de humor muda a realidade. E mais uma vez... as pessoas fazem as mesmas coisas - de modos diferentes. Arrisco até dizer que elas sentem as mesmas coisas - de modos diferentes. O que, na verdade muda, é a maneira com que lidamos com as coisas. A aceitação da realidade. Das nossas escolhas. Você pode olhar as coisas de um modo simples ou achar tudo tão complicado. Eu escolho o simples que geralmente é a única verdade. E a escolha é minha, o simples é meu, o que vem com isso tudo também é meu. Eu, minha. O domingo, meu.


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. 
A liberdade não é um fim, mas uma consequência." 
- Léon Tolstoi


Seja lá o que for...

Liberdade nada mais é que sentir-se livre independente de um status, de onde você vive, do que você faz nesse exato momento. Difícil definir o que é ser livre. Ás vezes tenho a impressão de que as pessoas idealizam a liberdade tanto quando idealizam o amor e outras coisas. Vai de cada um. Falo por mim nesse texto. Minha liberdade é a aceitação das minhas escolhas, sejam elas arriscadas ou não, e a apreciação das mesmas como quem aprecia uma taça de vinho. Aceitação de quem realmente sou. Vista de todos os ângulos. Minha liberdade não se prende a nenhum passado ou em grandes planos futuros. Aqui, há, ar, respiro agora. Tenho a impressão que só possível fazer parte do mundo lá fora quando há liberdade por dentro. Aqui há. Um ar que é livre de devoções e demônios. Não tem hora, lógica, cálculos e rimas. E a liberdade não tem nem mesmo a obrigação de ser livre. Ela pode fazer o que quiser contanto que seja simplesmente a coisa mais sincera a se fazer. Minha liberdade tem asas e um céu do qual eu não consigo enxergar o final, mas eu não me importo se eu puder voar. Minha liberdade é leve, tira um milhão de perguntas do meu corpo, carrega minha alma no colo, me faz dormir em paz.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Humanos ou dançarinos?

Escuto The Killers e começo a conversar com uma das músicas. Ele diz ficar nervoso quando vê uma porta aberta. Eu sei que ele simplesmente é humano. Eu entendo. Pede para que eu feche meus olhos e limpe meu coração. Eu sei que ele está dançando. Eu tento. O refrão me pergunta "Somos humanos? Ou somos dançarinos?" Eu fico esperando uma resposta até o final da música, mas ela só diz que os sinais são vitais, que as mãos estão geladas. E os versos dizem que meu sistema ficará bem quando eu sonhar essa noite, me fazem outra pergunta e eu respondo que sim, que meu coração ainda bate. Você consegue escutar o ritmo? Podemos ser humanos e dançarinos ao mesmo tempo? Agora sou eu que canto perguntas ao vento. Mas resposta está nos versos que nunca existiram na canção. Eu não sei ler cifras e partituras, não faço ideia de como se compõe uma música, mesmo assim eu quero tentar, eu quero reescrever o resto da canção. Então, eu me transformo em um ritmo que me faça dançar. Eu estou tão leve, mas eu me sinto tão humana... Eu sou a resposta e, ás vezes, não faço ideia do que isso significa. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Uma madrugada cheia de culpa.

Acordo quase 4 da manhã de uma madrugada de sábado. Briga feia no apartamento do lado. Vizinhos que eu nunca vi, mas que agora, sei mais deles, do que eles sabem de mim. Ela é a Eliana e ele tenho quase certeza que ele é Felipe. Acordei com o choro desesperador da Eliana que pedia perdão enquanto chorava e pedia perdão de novo enquanto continuava chorando, sem deixar o cara falar. Talvez por medo da resposta. Pelo visto o perdão tinha que ser muito grande. Ela dizia "Me perdoa, me perdoa..." sem pausa, enquanto ele dizia sem que ela ouvisse "Eliana, olha pra mim, olha nos meus olhos. Se acalma e olha pra mim!" Ás vezes ele a chamava de Eliana, ás vezes de Eli e poucas vezes deixava escapar amor, mesmo num tom de voz duro. Isso se repetiu durante horas, sem exagero. Ela implorava perdão e nem conseguia olhar pra cara dele. Ela deve ter feita alguma merda das bravas. Era um perdão atrás do outro, um soluço atrás do outro, um choro que não acabava nunca. Cheguei a ficar com pena, eu queria bater na porta do apartamento deles dizer que eu a perdoava, mas que ela precisaria fazer isso primeiro. Depois eu iria olhar nos olhos dele e dizer: "Pronto, já tem alguém olhando nos seus olhos. Agora vamos todos dormir?". Claro que eu não fiz isso e como não sei o que realmente aconteceu para tudo isso, eu me livrei da pena. Afinal, cada um com seus problemas. Ele ameaçou ir embora, ela começou implorar, a chorar mais alto feito criança birrenta. Ele voltou. Logo depois, teve um momento em que ela pedia para ele soltá-la, dizia que estava machucando. Fiquei apreensiva, mas sinceramente acho que não era nada demais. Acho que ela estava muito louca e ele só queria acalmá-la antes de qualquer coisa. Levantei, bebi água na esperança de que quando voltasse, eles já teriam cansado dessa história toda. Eu estava cansada. Pensei em ir dormir na sala, mas a cama já estava quentinha. Voltei pra lá. Tentei tampar os ouvidos com o edredom, me senti sufocada, destampei. Ela continuou pedindo perdão e eu fui cochilando entre um pedido e outro. As 7 da manhã tudo era silêncio. 7h40 o despertador toca. Ainda tenho que trabalhar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por um mundo com mais gente interessante.

  Nelson Rodrigues completaria 100 anos hoje. No facebook, o GNT homenageou a data com uma frase do escritor: "Ser bonita não interessa, seja interessante". Coincidentemente queria escrever algo sobre pessoas interessantes por aqui. Essa semana disse que não acho o Johnny Deep bonito, mas de tão interessante ele se torna lindo. Eu olho pra ele e penso "Caramba Johnny Deep!". Me perguntaram como eu descobri que ele era interessante e foi uma boa pergunta já que a gente não se conhece pessoalmente. Respondi que foi em uma entrevista. Não lembro o que ele disse (ainda escreverei algo sobre esse meu não lembrar das coisas, datas e idade), acho que ele chegou a dizer que fala várias línguas, que aprendeu sozinho, que nunca dançou na vida num senso de ironia que eu adorei, algo assim, só sei que eu pensei "Caramba Johnny Deep!". Mas não é só o Sr. Deep que surpreende a gente. Gente interessante chega a ser um perigo. Parece inofensivo e quando você vê, você está lá com os olhos vidrados e o ouvido atento. Gente interessante te leva e você nem vê. Quer me entediar? Comece com papinhos de academia. Te deixo falando sozinho e saio andando.  Quer minha atenção? Seja você e de preferência sem medo. Não adianta mostrar suas habilidades em ser ator, tocar guitarra, contar piadas, seja lá o que você faça de bom. Eu gosto mesmo é dos bastidores, do making of, dos hobbies e manias, da falta de glamour. Se você consegue ser interessante sendo tão "sem graça", aí não tem erro, ou tem vários que pouco importam. Aí você se torna admiravelmente perigoso e perigosamente interessante.


Beijo pro Nelson Rodrigues, pro Johnny Deep 
e pra todas as pessoas interessantes desse mundo!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


A resposta.

Acho que esperar uma resposta é pior que esperar dinheiro de alguém que te deve. É chato. Pertuba. Desafina. Faz com que meu corpo todo fique mole e eu coloque a culpa no calor, no ar seco. Mas é tudo mentira, é tudo culpa da resposta que não chega. De manhã, leio partes de um livro, mas entre uma palavra e outra, fico esperando uma resposta. Não consigo entender nada, não consigo lembrar de nada. Olho para o relógio e ele ri da minha cara. Olho para a caixa de entrada do meu email e quero que as promoções do Groupon se danem. Os aniversariantes da semana no Facebook, que se danem também. Eu não quero um fim de semana lá não sei onde pela metade do preço, não quero saber o preço de folhetos em couchê 170g com verniz fosco, não quero ir em festa estranha com gente esquisita. Só quero uma resposta. Mentira de novo. Eu não quero qualquer resposta. Eu quero a minha resposta com palavras de bom agrado, como se o Dalai Lama me ligasse. Porque se ele me ligasse, sei que ele só diria coisas boas. Tudo vem, tudo vai, menos a resposta. Não me contento. Vou atrás dela. Procuro nas lembranças recentes, na intuição... Não a encontro. Danada, tá se escondendo. Mas eu acho, ahhh se acho. Finjo ser a pessoa mais normal do mundo e digito palavras medidas. Não sei se digito “Abraços”, “Atenciosamente”, “Grata desde já” ou qualquer outra coisa ao final. Me decido depois de olhar 10 segundos pra tela. Tento os três jeitos e não sei te dizer qual eu escolhi, eu não lembro. Só lembro que quero a resposta, que na verdade, se desbodram em duas. Sim, a agonia duplica, são duas respostas. Depois a agonia se divide de novo, porque eu acabo de receber a resposta da resposta. Uma delas vai ficar pra amanhã. E eu que achava que amanhã iria estar livre de novo, que iria tirar o ponto de interrogação das costas. E a outra resposta? Não sei, ainda é mais misteriosa que a idade da Glória Maria. Fico aqui brincando de adivinha enquanto ela não vem, num mantra constante que canta baixinho "Hoje eu só quero que o dia termine muito bem!".

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O lar nosso de cada dia.

‎"A Transformação pessoal requer substituição de velhos hábitos por novos." 
(W.A.Peterson)

Mudei. Dessa vez não foi de estratégia, de escolha, de comportamento. Continuo a mesma. Um pouco diferente, porém com a mesma essência (como aquele verso bonito do Teatro Mágico: "Ser essência e muito mais"). Mudei de uma casa para um apartamento. Mesmo que você diga que não tem varanda, que a cozinha é pequena e a lavanderia menor ainda, eu não mudarei minha opinião de que aquele cantinho no oitavo andar é, no mínimo, aconchegante. 

  Deixei algumas coisas para trás. Outras coisas nunca deixarei, onde quer que eu esteja. E aqui estou, vivendo outras coisas, outros hábitos e respirando novos ares. Hoje estava andando pela avenida Paulista e tive uma singela percepção de como alguns lugares modificam a gente. 

  O dia amanheceu bonito apesar do ar seco; Ousei um batom vermelho pra sair de casa; Dei bom dia para o motorista do ônibus; Quando cheguei ao trabalho ouvi um "nossa... você veio toda arrumada, vai sair hoje?"; Respondi: "Sabe o que é? A Av. Paulista é toda bonita, com gente bonita pra lá e pra cá, dá vontade de se arrumar também". É por essas e outras que, ás vezes, é bom se perguntar "Por onde tenho andado? Para onde quero ir?"

  A questão não é o apartamento ou a avenida, mas, na verdade, o que somos onde estamos. Não tem jeito, nosso lar acaba nos refletindo (vice-versa) e reflete nas coisas mais simples como num ímã de geladeira, num porta-retrato, nos livros da prateleira. Mas lar é uma coisa subjetiva. Você pode morar trinta anos em uma mansão e nunca ter um lar. Pode viajar o mundo com uma mochila nas costas e jurar de pés juntos que se sentiu em casa, fez isso como se tivesse assistindo um filme esparramado no sofá.

  Há uma frase do Buda da qual gosto bastante: "Onde quer que viva, esse é teu templo, se tratar como o tal". Nosso templo, nosso lar, seja lá como você queira chamar é tão importante quanto quem somos. Um complemento, eu diria. No nosso templo, nós presamos por aquilo em que acreditamos, cuidamos de nós mesmos, expandimos a paz que nasce por dentro, acreditamos em coisas boas e exercemos gentileza sem pensar na obrigação de ser gentil. Pode parecer um pensamento utópico, mas quando se tem a consciência de que a perfeição é uma tremenda bobagem, tudo faz mais sentido. 

  Por isso, eu digo: Eu mudei. Meu lar continua o mesmo. Um pouco diferente, porém com a mesma essência.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vou para casa. Arrumar caixas e malas. 
Entre um detalhe e outro, vou me reinventar.
Permito-me. Desdobro-me. Ajeito-me. 
Amanhã já está perto. Sei lá eu do resto.
To feliz. Empolgada. 
Dá um certo orgulho de mim mesma
dizer que vai ser tudo novo
ao invés de tudo de novo.
Como uma criança que descobre as cores
Como se as cores iluminassem novos lugares
- dentro de mim.


"Eu aumento o volume da música, coloco meus discos para tocar
Debaixo dos escombros soa uma música rebelde
Não quero ver outra geração desistir
Prefiro ser uma vírgula do que um ponto final

Talvez eu esteja no escuro, talvez eu esteja de joelhos
Talvez eu seja a lacuna entre dois trapézios
Mas meu coração está batendo e o meu pulso começa
Catedrais no meu coração"
(Every Teardrop is a Waterfall)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sim.

 Estou assim essa semana: inquietude total (tem como não ficar?). Tenho vontade de dançar. Escuto a mesma música cinco vezes. Minha paciência não está das melhores. Espelho, espelho meu, existe alguém mais ansiosa do que eu? Começo a escrever igual louca. Sou louca. Escrevo. Duas coisas que nunca neguei. Estava no ônibus voltando pra casa, pensando que queimar a língua comendo milho é chato (sim, eu queimei!) e entre uma crônica e outra, pensando sobre mim, minhas partes, meu inteiro. Não me pergunte a que conclusão cheguei. Sei onde começo, mas nunca sei onde vou terminar. Como se algum lugar do meu corpo abrigasse reticências ao invés do ponto final. 
...

 Tenho hora para algumas coisas (até hippies devem ter horário pra alguma coisa). Mas não tenho hora certa pra decidir. Não tenho hora certa pra jantar, tomar banho, ver TV, escrever. Faço tudo, mas não me prendo à ordem. Sou assim, meio despadronizada, meio desajeitada, inteira. Vivo fugindo do tédio. Tenho profunda admiração pelo imprevisível. Coisas que simplesmente acontecem sem antes me fazer pirar, pensar, fazer cálculos que eu nem sei fazer (pois é, não conte comigo quando o assunto é matemática!). Engasgo com tudo que me faz pensar muito. O imprevisível não tem tempo pra dúvidas, mesmo as inconscientes, ele é e pronto. E foi assim, em momentos sem passado nem futuro que coisas boas já aconteceram. Beijos roubados são muito melhores que os premeditados; Um plano de última hora é muito melhor que planejar uma vida inteira; Uma dose de loucura no meio do dia - ou da noite - ganha de qualquer normalidade; Um presente sem data comemorativa geralmente é muito mais emocionante que os que você ganha no seu aniversário e por ai vai. De um jeito tão simples e gostoso... Vai. 


  Deixar-se surpreender não é das tarefas mais fáceis. É preciso nocautear a expectativa e exercer um desapego de dentro pra fora. Assistir ao filme Yes Man com o Jim Carrey pode te ajudar. Você vai rir e se lembrar em muuuitos momentos da sua vida que dizer sim é importante e atrai coisa boa. Eu acredito. Dizer sim também é um jeito de parar de nos boicotar e até um jeito de nos conhecermos melhor (você consegue se escutar?). No mundo louco, cheio de tarefas, trânsito e gente desconfiada, o sim, por si só já é imprevisível, já é um presente para nós mesmos. E apenas o começo.


  No dia primeiro de janeiro escrevi aqui nesse mesmo blog: "Nada e ao mesmo tempo, tudo. É o que nós temos agora. É legal quando fazemos coisas e não as comparamos a nada. Quando você consegue fazer algo que não seja nem melhor nem pior que nada. Talvez devêssemos enxergar as pessoas que passam por nós e os momentos que vivemos de maneira mais criativa e de um modo mais único. Comparando tudo a nada".  Escrevi isso ao lembrar de uma das entrevistas do John Mayer onde ele dizia algo do tipo. Hoje repito minhas palavras e os pensamentos dele. Não quero muitas comparações, se for possível, nenhuma, para me permitir dizer sim mais vezes.

Olho para minhas reticências e  pergunto:
E ai, você se aceita?
Respondo: Sim, eu aceito.
Na saúde, na loucura, no amor, no trabalho, nas palavras...
Até que a ausência do imprevisível nos separe.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Montanha-russa.

Uma mistura de animação e pânico (como no trecho de um dos posts anteriores). No final das contas a sensação é boa. Comprei um livro pra distrair. To precisando. Minha ansiedade me deixa mais inquieta que de costume. O título do livro é Montanha-Russa da Martha Medeiros. Combina com o Trem-Bala que já li, da mesma autora. Os títulos me lembram um pouco essa coisa da vida. A mulher do caixa olhou pra capa, viu a montanha-russa e disse "Que horror. Tenho pavor disso. Quase morri no Boomerang". Minha vontade era tentar convencê-la do contrário, mas só conseguir dizer "medo não é tão ruim, a sensação de superar é boa" mas parei por ai porque tenho preguiça de gente medrosa. Ela ainda fazendo certa careta completou: "não superei até hoje". Azar o dela, sério mesmo. Não sabe passar medo e ainda sofre pelo passado. Isso sim é um horror! Bom mesmo é se permitir, mesmo que você saiba que ficará de cabeça pra baixo em alguns momentos, que irá gritar ao mesmo tempo que levanta os braços para se sentir mais livre. O medo quando encarado de frente, pode ser uma delícia (por que não?). 
Ah... você sabe, no final, todo mundo sai querendo mais.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A ignorância.

A ignorância não tem nada a ver com status ou grau de escolaridade.

Até agora eu ri das piadas, ouvi tudo em silêncio, soube dos comentários feitos pelas costas, das conclusões de quem nem me conhece direito. Não liguei. Mesmo. Minha cabeça está tão ocupada, minha alma tão sossegada que eu estou bem, obrigada. Mas eu não posso deixar de achar lamentável a maneira que as pessoas lidam com a vida dos outros. O modo em que as pessoas usam uma novidade alheia para falar tanta bobagem. (Será que é tão difícil ver a vida por um lado bom?) Sinceramente eu aprendi a  não me importar muito com o que as pessoas pensam ou falam contanto que isso não atinja as pessoas que realmente importam para mim (dar apoio a quem está precisando e falar sua opinião sem fundamento são coisas bem diferentes!). Algumas pessoas acham que só porque possuem certo grau de parentesco, possuem também o direito de estarem certas sobre uma decisão individual. Gente que afirma que eu estou enganando de alguma forma as pessoas que mais me importam (quanta idiotice!). A verdade é que esse mundo está cheio de relações superficiais onde gente que te viu nascer não possui a mínima ideia das coisas que você faz, dos livros que você lê, das coisas que conquista, das causas que você abraça e do modo que você enxerga o mundo. Elas nem querem saber. Elas só querem saber se você pagou algum mico recente, se está namorando ou qualquer outra novidade barata que possa ser divulgada via Facebook. Uau... olha só o quanto eles sabem sobre você! É o mesmo que falar de um país inteiro tendo como base uma cidade. Por que as pessoas insistem em olhar os outros como vítimas ou culpados, como certos ou errados? As pessoas vão muito além disso - independente de qualquer status. O mundo é muito maior que isso. O mundo é muito maior que a vidinha que vivemos, eu me incluo nessa percepção também. O importante é ter consciência disso e não sair falando merda por ai. Quando não tiver o que falar, comece falando de você. Vai lá, me conte uma novidade, algo que você arriscou, um medo que passou, um lugar novo que conheceu, algo que superou... Por que o silêncio agora?

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


"- Uma semana restante da sua antiga vida. Como você está se sentindo?
- Muito bem na verdade. Eu fico meio tonto quando penso muito, mas... É tipo uma tontura boa. É tipo... pânico. Ou animação.
(Pessoa se intromete na conversa dizendo: Pânico e animação são coisas diferentes!)
- Seus dedos estão inquietos também?
- Sim. Isso é ruim?
- Você escuta Radiohead?
- Aham
- Thom Yorke. Ele fala sobre tontura o tempo todo. Ele diz que quando os dedos dele ficam inquietos, é quando ele sabe que está a criar algo genial. E aí ele fica tão animado, a ponto de desmaiar. Então me parece que você está diante de algo genial.
- Legal!"

domingo, 5 de agosto de 2012

Mudanças...

Dia de conclusões de ciclos, emoções, mudança, arrumações... 
Praticamente uma preparação para os próximos dias... 

  É... Hoje meu dia durou mais que 24hs. São 00:54 e eu acho que acabei de fazer tudo que tinha pra ontem, ou hoje, sei lá. E qual é o gosto desse começo de agosto? Gosto de alguma coisa que eu nunca provei antes com uma pitada de outra coisa. Não sei explicar, só sei que faz sentido.

  Você acredita que sentimentos opostos podem ser sentidos de uma única vez? Isso mesmo... Alegria e tristeza, medo e coragem, força e fragilidade, ordem e caos... Consequências de situações distintas. Talvez seja isso, mas eu ainda não sei explicar. Nem sei se um dia saberei. Nem sei se quero. Se explicar tanto pra que? "Eu só queria te contar / Que eu fui lá fora / E vi dois sóis num dia / E a vida que ardia sem explicação...", não é Nando Reis?



  Ao invés da loucura no meio disso tudo, uma leve sensibilidade. Quinta-feira vi um filme que dizia que a vida é feita de momentos de impacto onde as partículas irão se colidir e você só tem que esperar até que elas colidam novamente. Achei tão bonito isso (o filme não tinha nada a ver com química okay, era sobre amor, vida, blá, blá, blá). Parei para pensar na vida (novidade?). Nunca estamos prontos para os impactos até que eles aconteçam. Se eles acontecem, é porque - em algum aspecto - estamos prontos. É isso.


*

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


"...Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois da coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho…"
(Lya Luft)


terça-feira, 31 de julho de 2012

A verdade sobre o mundo moderninho

  Século XXI. Pessoas se comunicam na velocidade da luz e, ao mesmo tempo, possuem relações cada vez mais frágeis (irônico, não?). Se você não tiver conta no facebook, um smartphone, se casar entre 25 e 35 anos, ter um carro e depois ter filhos o mundo te olha estranho (impressão minha?). Se você fosse um refrigerante, você seria visto como Dolly Uva no lugar de Coca-Cola (não me pergunte da onde eu tirei essa comparação!). Afinal de contas, você não é a Angelina Jolie que faz pacto de sangue, tem várias tatuagens, “rouba” o marido da outra, adota um filho de cada parte do mundo, compra vestido de Oscar num brechó... e continua sendo a super Agelina. Você não é Ashton Kutcher que prega peças em outros artistas, casa com uma mulher 15 anos mais velha, dizem por ai que traiu, se separa e pega geral, surfa na enchente do Brasil... e continua sendo Ashton, o queridinho de todas as Américas.

  Não somos Angelina ou Ashton e infelizmente todos sabem disso. Convenhamos que somos meros mortais rodeados de gente que finge ser moderninha (e nós, fingimos também?). Não basta comprar a TV que reconhece voz, você tem continuar assistindo a novela das nove, assim como sua avó, sua mãe e grande parte das pessoas que você conhece. Não basta saber cozinhar, no domingo você tem que fazer macarrão. Não basta se tornar independente, você tem que casar e depois ter filhos. A modernidade não basta percebe? (Não estou criticando se isso é bom ou ruim okay!)

  Confesso que tenho notado isso a pouco tempo, mas isso não significa que se trata de uma atitude nova das pessoas. No nono episódio da última temporada do seriado Sex and The City, a personagem Carrie vai à uma festa de aniversário dos filhos de uma amiga, que fez todos os seus convidados tirarem os sapatos, ao final da festa, descobre que seus sapatos foram roubados. Ao final do episódio, Carrie conclui que nós gastamos tanto dinheiro em presentes para as pessoas que se casam e têm filhos porque é socialmente aceitável, mas ninguém comemora se somos bem sucedidos, sem filhos, felizes e solteiros.

Você pode conferir um trecho do episódio no vídeo abaixo. 
A imagem está meio ruim e o vídeo é sem legendas, mas bem, foi o que eu achei...



  Vi esse episódio no ano passado e concordei com a Carrie, ou melhor, com o roterista da série, imediatamente, bem antes das mudanças pelas quais estou passando. Quando as pessoas casam, geralmente escolhem padrinhos que abençoam a união e dão algum presente legal. E quando você resolve casar com você mesma? Quem vai te abençoar e te dar, ao menos, um pano de prato, ou quem sabe, uma cor nova de batom? (Alguém?)


  Sinto em dizer, essa é a verdade sobre esse mundo, que sabe fingir muito bem ser moderninho.

*

sábado, 28 de julho de 2012


Nem tão estranha assim...

"I've been drinking life
While you've been nauseous"
Audioslave - Cochise
  
  Posso falar? Essa semana foi estranha. Estranhamentos bons e ruins, todos ao mesmo tempo. Como eu me senti? Ali, de pé, deixando os estranhamentos passarem por mim, ou talvez, fazendo parte deles. E alguns deles, nem chegaram a ser tão estranhos assim. 

  Ás vezes quase não reconheço meu passado. Olho para algumas fotos e nem lembro que idade eu tinha ali. Não foram somente o corte e cor do cabelo que mudaram. Eu tinha um outro olhar, uma outra postura, uma outro sei lá o que. Talvez eu fosse um pouco de todo mundo e quase nada de mim mesma. Não me lembro de quem eu era (ou quero não lembrar por gostar muito mais do agora?). 

  Não foi nada de repente. Eu não sei, exatamente, em que momento eu olhei pra dentro e percebi que tinha feito as pazes comigo, ou pelo menos com a maior parte de mim. Só sei que é uma das sensações mais gostosas do mundo... Olhar pra dentro e sorrir com os rins. Dizer: "Sorte que eu estou numa fase muito boa comigo" e saber que isso é realmente é verdade (apesar de saber também que isso não tem nada a ver com sorte). Porque eu sei, sei que se não estivesse, já tinha surtado um pouquinho. Mas eu to aqui, achando até o que até as estranhezas da vida são boas.


*

quarta-feira, 25 de julho de 2012


DIA DO ESCRITOR

 Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. 
É uma vitória secreta, sem testemunhas. 
O adversário somos nós mesmos.
- Martha Medeiros


Hoje é dia do escritor. Ta aí uma coisa da qual sou devota. Pessoas humanas, que sentem a vida até o último fio de cabelo e escrevem como se estivessem pintando um quadro. Eu acredito no Fernando Pessoa, no Mário Quintana, na Martha Medeiros, naquele negócio de quem “Um dia a gente aprende...” do William Shakspeare, nas frases da Lispector, nesse povo que compões uma letra de música mais bonita que a outra... Mesmo achando que, ás vezes, eles mentem um pouquinho. Leio alguns textos, escuto algumas músicas como se fossem salmos. É assim que eu rezo. Tantos santos imperfeitos se fundindo com a realidade. Tanta gente confessando sobre os demônios que levam dentro de si. Tanta gente que despe a alma e cobre as partes mais secretas com um ponto de exclamação. São eles. Quem escreve também mente, também sonha, também brinca de contar histórias, quase nunca possui respostas, se distraem com perguntas... Me distraem... Num ato generoso de doar suas vidas às palavras ou as palavras às suas vidas. Parabéns a eles e também a nós, que escrevemos uma parte da nossa história todos os dias.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O domingo, a lista, a caixa e o presente
  
  Domingo geralmente é tédio. hoje não foi. Acordei animada pelo sábado. Coloquei um okay em alguns itens de uma lista imaginária. Tirei todos os papéis das gavetas. A maioria foi pro lixo deixando até a alma mais leve. Quanta coisa inútil vamos acumulando com o tempo... Enfim, um belo dia temos que começar a nos organizar. Peguei uma caixa, a primeira, e coloquei ali as coisas não tão usáveis, porém essencialmente minhas que levarei comigo. Poucos livros, algumas inspirações, algumas recordações, alguns dvds (Claro que o John Mayer vai comigo!). Quantas caixas daqui em diante? Não sei. Menos possível. Também é tempo de praticar o desapego por aqui. O mais difícil são os vestígios. Coisas que não sabemos se nos desfazemos, ou levamos com a gente, ou simplesmente deixamos onde está só para não ter o trabalho de movê-las de lugar. E quantas vezes fazemos isso com a nossa vida? Quantas vezes nos convencemos de que aquela sensação de bem estar temporária é suficiente só pra não ter que enfrentar o desconhecido, só por não saber o que fazer com os vestígios? Continuando...


  Outro item da lista foi meu netbook. Toda vez que passava no shopping, pensava "tenho que encapar ele, deixá-lo mais bonitinho". Não tem jeito, eu adoro uma coisinha personalizada. Mas como a gente passa mais tempo pensando do que agindo nessa vida (vai dizer que não?), fui deixando. Hoje, finalmente, fui e agora, convenhamos, que ele está muito mais amigável.
*
  Falando em amigo, teve o Danilo no meu domingo. Um amigo e tanto! Mesmo! A gente se conheceu num curso, mas só nos falamos mesmo nos últimos dias. E a gente simplesmente continuou se falando. A gente conversa por horas, sobre nossas piores e melhores partes, sobre o mundo lá fora também. Trocamos conselhos e ficamos felizes um pelo outro. Eu realmente estou feliz por ele e ele diz estar super feliz por mim. A gente é assim. A gente meio que se empurra pra vida, sabe?! Como se estivesse sempre dizendo "Vai, não fica com medo não, qualquer coisa, eu to aqui". A gente diz, em outras palavras. Hoje ele me deu um presente. Na verdade, três. Primeiro, uma caixa com várias barrinhas de chocolate que trouxe de Gramado (uma delícia!). Depois, no shopping, enquanto esperávamos dar o horário do filme, cismei que queria algo novo que servisse pra fase nova. Fomos na Imaginarium e ele disse "leva, pago metade!", levei. Tem coisa mais gostosa que ganhar presente fora de data comemorativa? Tem sim. Porque ainda falta citar um presente, que é a amizade dele. É tão recíproco que nem precisa dizer. Quando ele olha pra mim e eu olho pra ele, a gente quer dizer: "To torcendo por você!". Esse é o melhor presente. 
*


quinta-feira, 19 de julho de 2012

O bonitinho.

Semana passada (ou essa semana? nem lembro!) estava trocando de canal na TV e parei no “Todo Seu”, era aniversário do Ronnie Von e quem estava apresentando o programa era a Fernada Young, com ele. Opa, parei para assistir. A princípio, por causa da Fernanda, que depois que vi a entrevista  dela no “De Frente com Gabi” passei a prestar mais atenção pelo tanto que me identifiquei. Poderia passar o dia inteiro falando sobre meu lado “Young”, mas hoje não vem ao caso. Enfim, bonito mesmo é o Ronnie Von falando do mundo feminino. Bonito mesmo! Colocaria esse tiozinho que ainda chamam de príncipe (com toda razão, por tanta elegância e cordialidade) num pacote, com laço e tudo e levaria pra casa - com todo respeito. Ta aí um homem que fala que adora mulher e eu realmente acredito. Os outros, a maioria, não todos, falam que adoram as mulheres e cinco minutos depois começam a competir conosco. Nos chamam de loucas e complicadas. Arhhh! Ta vendo, eles nem gostam tanto assim. Por isso, serei bem breve... Meninos, aprendam com o tio Ronnie!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Era uma vez...
  
Era uma vez uma boneca que sempre quis ter vida. Quase igual ao Pinóquio, a diferença é que ela nunca gostou muito de mentiras. Essa boneca sempre foi responsável, dedicada. Se ficou de recuperação três vezes na escola, foi muito. Sempre deu valor a tudo que teve. Nunca voltou bêbada pra casa, nunca arrumou briga. Aos 13 anos já sabia cozinhar, passar seu uniforme escolar. Sempre tentou escolher pessoas boas para estar ao seu lado. Nunca foi de seguir modinha, nem de ser influenciada por amigos. E por causa disso, muitas vezes se sentiu isolada, achando que ser ela mesma não era suficiente. Mas hoje, ela sente orgulho de ser ela mesma, sente orgulho de tudo que já conquistou e da sua coragem. Sempre foi uma boneca insegura, sem saber muito bem o que poderia fazer. Sua insegurança sempre foi muito cômoda para quem sempre teve o poder de controlá-la. Com o tempo, ela foi deixando de ser boneca e foi se transformando em um ser humano. Começou a reaprender a andar, falar, sentir. Hoje confia mais em si mesma, em alguns aspectos, causando certo espanto. Apesar de tudo, sempre foi otimista. Sempre achou que poderia ser melhor, mas não melhor que ninguém. Sempre teve dificuldade de expor seus sentimentos, mas aprendeu a chorar e a sorrir mais também. Sempre viu as coisas pelo lado positivo e sempre acreditou e desejou o melhor para a maioria das pessoas. Sempre achou que os outros fariam a mesma coisa. Talvez isso seja a parte mais difícil. Quando toma alguma decisão, as pessoas não prestam muita atenção, pensam que é bobagem, fase, rebeldia, um momento, que irá durar um mês, dois ou no máximo, três. Então eles fazem um discurso bonito e a apoiam. Falam "é isso ai!". Então, depois de pouco tempo, eles olham para ela e percebem que ela estava falando sério. "Olhem para o rostinho dela, tão ingênua, tão nova ainda, tão inexperiente... Isso é demais para ela!". Talvez ela ainda seja um pouco disso tudo, mas ela não quer ser assim para sempre. E isso ela não aprenderá em livros, conselhos ou escrevendo em seu blog. Mesmo assim, ela entende. Entende que quem ama cuida e se preocupa. Quer o bem. Mas, ás vezes, se sente sufocada também. Porque tudo que ela queria era um crédito, um voto de confiança, um desejo de boa sorte e de felicidade ao invés de alguém dizendo que a vida vai lhe mostrar alguma coisa, que ela está "se achando" demais e que não dá mais valor a tudo que teve. Ah, se eles soubessem... Talvez, um dia eles saibam que ela estava ali, esperando um ombro amigo para poder falar sobre seus medos ao invés de ser criticada e alimentada por eles. Esperando alguém dizer: "você é capaz de tanta coisa... estamos orgulhosos de você". Alguém não. Aquelas pessoas que são tão importantes para ela. Talvez, um dia eles saibam que mesmo chateada, o amor e a gratidão dela por eles sempre serão enormes.


Era uma vez uma boneca, que se tornou um ser humano 
e que só está começando a escrever sua história...
De cabeça erguida e com uma certa paz no peito.
Eu nem sei se ela deveria começar assim, expondo tanto a alma,
mas ela já está cansada de se esconder, de inventar histórias.