quinta-feira, 28 de junho de 2012

Opinando

Sabe, tem dias que você só quer dizer alguma coisa para alguém e ouvir "Poxa, que legal isso! Aposto que você vai se dar bem". Ás vezes, você só quer que alguém aposte em você. Você conta sobre suas jogadas de maneira empolgada e, de repente, tem a sensação de que o que fez não foi suficiente. Você nem teve tempo de aproveitar a última novidade e já escuta uma opinião. Nós esperamos que as pessoas mais próximas confiem mais em nós e acreditem que nós sabemos o que estamos fazendo, mesmo quando não sabemos. Nós esperamos também que elas não nos deixem afundar. Acho que podemos contar com elas, mas será que elas possuem o direito de querer tanto que ganhemos o jogo? Ás vezes, eu só quero brincar. Eu só quero me divertir com a brincadeira. Me incomoda quando alguém me dá dicas de como devo me divertir. Mas eu perdoo, porque deve ser muito difícil saber o que eu estou planejando com isso tudo. Ás vezes, eu nem quero planejar. Eu também dou opiniões nas coisas dos outros, acho que é uma atitude normal do ser humano. Eu recebo opiniões e ás vezes me pego pensando nisso. O problema não é a opinião em si, pois elas serão sempre bem vindas (mesmo que eu faça cara feia) mas sim, quando não me sinto livre com elas. Talvez isso seja um problema apenas meu.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Com sede.

O caminho de volta foi preenchido de pensamentos que transitavam entre uma página e outra de um livro que estou lendo. Um livro que o Caio ainda não leu, me emprestou sem que eu pedisse e que estou adorando. Mas do livro eu vou falar em outra hora. Na verdade, nem sei muito o que quero falar, porque ando consumindo palavras alheias. As minhas palavras não sei onde estão, nem sei se um dia eu soube. Leio um texto aqui, uma frase ali e pego todas para mim. Digo "É isso!" e as tomo, como se fossem xarope. Tudo desce seco pela garganta e tenho a esperança de que minha sede vai passar. Não passa. O homem com quem esbarrei, sem querer, com a mochila passa. A chuva, o trem, a pomba no telhado também passam. O horário do almoço, aquela conversa e o abraço passam, passam, passam... voam. Nada fica, ou fica. A sede. E minha conexão não se conecta com nada. Eu tenho minhas teorias, dou uma de forte e esperta, discuto as coisas da vida... Mas ai eu olho pra mim e digo: "Filha, você é um exagero de sensibilidade que se emociona com os programas do canal GNT! E quer saber? O mundo nem precisa disso". É isso, ou quase, ou não. A sede. Não há água que resolva, nem as gotas de floral para o reequilíbrio dos chakras. Então, eu começo a pensar nas injustiças do mundo, nas minhas injustiças e nas causas pelas quais batalho, meio cansada. Não penso mais em nada. Volto para as páginas do livro - o que é bem menos dolorido. Finjo não pensar mais na sede.


domingo, 17 de junho de 2012

Um coração no caminho.

Acho que foi uma boa semana... Apesar do dia que eu acordei quietinha, sem muitas palavras e sem saber exatamente o motivo. Comecei a pensar no presente e futuro, fiquei confusa, com um pouco de medo, na dúvida, mas depois voltei ao "normal" onde continuo sentindo um pouco de tudo isso, minimizado, na medida certa. Porque, afinal, precisamos também do nosso "lado B" para sobreviver.
Ando meio sem inspiração para escrever coisas sobre mim, acho que estou aprendendo a me expressar melhor de outras maneiras. Isso é bom. Estou tentando achar caminho no coração e coração no caminho, por isso vou deixar que as palavras de Carlos Castañeda falem por mim:

“… Tudo é um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é mais do que um caminho; se achar que não deve seguí-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância. Para ter uma clareza dessas, é preciso levar uma vida disciplinada. Só então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para si nem para os outros, em largá-lo se é isso que o seu coração lhe manda fazer.
Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho, e com propósito. Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se, e só a si, uma coisa. Essa pergunta é uma que só os muito velhos fazem. Dir-lhe-ei qual é: esse caminho tem coração?
Todos os caminhos são os mesmos; não conduzem a lugar algum. São caminhos que atravessam o mato, ou que entram no mato. Em minha vida posso dizer que já passei por caminhos compridos, mas não estou em lugar algum. A pergunta de meu benfeitor agora tem um significado. Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer a sua vida. Um o torna forte, o outro o enfraquece.”

*

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Para você... que me acha diferente.

  Faz quase um mês que a gente não se encontra e hoje pensei tanto em você... Queria te falar que quase não te reconheci da última vez que nos vimos, apesar dessa sensação não ser de agora. Queria te falar, mas de algum modo acabei desistindo de você e acho estranho quando você diz que sou diferente. Na verdade, acho até meio arrogante, porque quando você diz isso parece que o mundo inteiro vive do mesmo modo que você. Eu não sei o que é ser diferente, eu só tento ser eu mesma. 

  Quando você disse que eu era diferente porque iria comemorar meu aniversário num barzinho de karaokê, eu realmente não entendi sendo que o bar vive, com reservas esgotadas, cheio de gente querendo comemorar alguma coisa lá. Você disse que ser diferente é bom, mas sei lá se eu entendi.

  Quando você disse que está frequentando uma academia de rico, eu também não entendi, porque ser academia de rico ou de qualquer outro status não faz a menor diferença pra mim, nunca fez e eu te elogiaria da mesma maneira. Mas quando você disse que queria me ver antes, mas estava sem tempo, eu não acreditei. Do mesmo modo que não acreditei quando você disse que iria ao meu aniversário, quando você disse que iria me pagar, que iria devolver  logo o livro que você mesma me deu de presente, enfim... E na última vez que nos vimos, eu percebi que eu até acredito em você, acredito que você pode mudar o mundo se você quiser, mas não acredito em quase nada do que você me diz. Não é pela data, pelo dinheiro ou pelo livro, é apenas pela palavra.

  Algumas coisas mudam e outras não. A gente não tem que ser perfeito, "bonitinha" o tempo todo ou fazer coisas só pra agradar as pessoas, mas temos que tomar cuidado pra não começar a viver uma história onde só nós existimos e assim, deixar as pessoas que gostamos fora de nossas vidas. Esses dias vi uma entrevista onde o cara disse uma coisa que eu adorei. Era mais ou menos assim: "As pessoas querem ganhar e se esquecem do jogo. Antes eu vivia para isso, hoje eu só fico daqui, observando e pensando 'Deixe as pessoas pensarem que podem ganhar o jogo'. No final das contas, o jogo ganha de você". Então eu descobri que havia saído do jogo,  que estou do lado de fora, fazendo outras coisas e é triste dizer que acho estranho você, que conheço desde a sexta série, me chamar de amiga... Coisa que, com o tempo, deixou de ser exercida e passou a ser apenas força do hábito.

sábado, 2 de junho de 2012

  Aonde eu estava com a cabeça?

  Eu não sei porque eu tive essa ideia maluca. Por que eu resolvi me desafiar, me colocar a cara tapa assim. Agora estou com um buraco no estômago e não sei o que fazer. Sinto que o efeito das gotas de floral são apenas temporárias. Começo a achar que ninguém vai rir ou que todos vão rir. Queria ter o poder de não achar, nada, ninguém, qualquer coisa e muito menos tentar adivinhar pensamentos alheios. 

  Aonde eu estava com a cabeça, me diz? Nem nome eu tenho. Na verdade, só tenho um e nesse caso, ele não serve. Tatiana é pra brincar de ser normal. Preciso de um nome pra minha loucura. O que eu tenho afinal? Agora, eu e a imagem do espelho... Duas pessoas mais teimosas que o buraco no estômago. 

  Já é mais de uma da manhã e amanhã tenho que acordar cedo para arrumar as coisas, sair e passar o dia meio ensonada. Quase não vejo mais sentido em sair, em jogar e vencer o desafio por causa do sono - de agora e de amanhã. Quase não vejo mais sentido em tudo isso. Quanta bobagem que eu inventei pra mim!