quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Humanos ou dançarinos?

Escuto The Killers e começo a conversar com uma das músicas. Ele diz ficar nervoso quando vê uma porta aberta. Eu sei que ele simplesmente é humano. Eu entendo. Pede para que eu feche meus olhos e limpe meu coração. Eu sei que ele está dançando. Eu tento. O refrão me pergunta "Somos humanos? Ou somos dançarinos?" Eu fico esperando uma resposta até o final da música, mas ela só diz que os sinais são vitais, que as mãos estão geladas. E os versos dizem que meu sistema ficará bem quando eu sonhar essa noite, me fazem outra pergunta e eu respondo que sim, que meu coração ainda bate. Você consegue escutar o ritmo? Podemos ser humanos e dançarinos ao mesmo tempo? Agora sou eu que canto perguntas ao vento. Mas resposta está nos versos que nunca existiram na canção. Eu não sei ler cifras e partituras, não faço ideia de como se compõe uma música, mesmo assim eu quero tentar, eu quero reescrever o resto da canção. Então, eu me transformo em um ritmo que me faça dançar. Eu estou tão leve, mas eu me sinto tão humana... Eu sou a resposta e, ás vezes, não faço ideia do que isso significa. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Uma madrugada cheia de culpa.

Acordo quase 4 da manhã de uma madrugada de sábado. Briga feia no apartamento do lado. Vizinhos que eu nunca vi, mas que agora, sei mais deles, do que eles sabem de mim. Ela é a Eliana e ele tenho quase certeza que ele é Felipe. Acordei com o choro desesperador da Eliana que pedia perdão enquanto chorava e pedia perdão de novo enquanto continuava chorando, sem deixar o cara falar. Talvez por medo da resposta. Pelo visto o perdão tinha que ser muito grande. Ela dizia "Me perdoa, me perdoa..." sem pausa, enquanto ele dizia sem que ela ouvisse "Eliana, olha pra mim, olha nos meus olhos. Se acalma e olha pra mim!" Ás vezes ele a chamava de Eliana, ás vezes de Eli e poucas vezes deixava escapar amor, mesmo num tom de voz duro. Isso se repetiu durante horas, sem exagero. Ela implorava perdão e nem conseguia olhar pra cara dele. Ela deve ter feita alguma merda das bravas. Era um perdão atrás do outro, um soluço atrás do outro, um choro que não acabava nunca. Cheguei a ficar com pena, eu queria bater na porta do apartamento deles dizer que eu a perdoava, mas que ela precisaria fazer isso primeiro. Depois eu iria olhar nos olhos dele e dizer: "Pronto, já tem alguém olhando nos seus olhos. Agora vamos todos dormir?". Claro que eu não fiz isso e como não sei o que realmente aconteceu para tudo isso, eu me livrei da pena. Afinal, cada um com seus problemas. Ele ameaçou ir embora, ela começou implorar, a chorar mais alto feito criança birrenta. Ele voltou. Logo depois, teve um momento em que ela pedia para ele soltá-la, dizia que estava machucando. Fiquei apreensiva, mas sinceramente acho que não era nada demais. Acho que ela estava muito louca e ele só queria acalmá-la antes de qualquer coisa. Levantei, bebi água na esperança de que quando voltasse, eles já teriam cansado dessa história toda. Eu estava cansada. Pensei em ir dormir na sala, mas a cama já estava quentinha. Voltei pra lá. Tentei tampar os ouvidos com o edredom, me senti sufocada, destampei. Ela continuou pedindo perdão e eu fui cochilando entre um pedido e outro. As 7 da manhã tudo era silêncio. 7h40 o despertador toca. Ainda tenho que trabalhar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por um mundo com mais gente interessante.

  Nelson Rodrigues completaria 100 anos hoje. No facebook, o GNT homenageou a data com uma frase do escritor: "Ser bonita não interessa, seja interessante". Coincidentemente queria escrever algo sobre pessoas interessantes por aqui. Essa semana disse que não acho o Johnny Deep bonito, mas de tão interessante ele se torna lindo. Eu olho pra ele e penso "Caramba Johnny Deep!". Me perguntaram como eu descobri que ele era interessante e foi uma boa pergunta já que a gente não se conhece pessoalmente. Respondi que foi em uma entrevista. Não lembro o que ele disse (ainda escreverei algo sobre esse meu não lembrar das coisas, datas e idade), acho que ele chegou a dizer que fala várias línguas, que aprendeu sozinho, que nunca dançou na vida num senso de ironia que eu adorei, algo assim, só sei que eu pensei "Caramba Johnny Deep!". Mas não é só o Sr. Deep que surpreende a gente. Gente interessante chega a ser um perigo. Parece inofensivo e quando você vê, você está lá com os olhos vidrados e o ouvido atento. Gente interessante te leva e você nem vê. Quer me entediar? Comece com papinhos de academia. Te deixo falando sozinho e saio andando.  Quer minha atenção? Seja você e de preferência sem medo. Não adianta mostrar suas habilidades em ser ator, tocar guitarra, contar piadas, seja lá o que você faça de bom. Eu gosto mesmo é dos bastidores, do making of, dos hobbies e manias, da falta de glamour. Se você consegue ser interessante sendo tão "sem graça", aí não tem erro, ou tem vários que pouco importam. Aí você se torna admiravelmente perigoso e perigosamente interessante.


Beijo pro Nelson Rodrigues, pro Johnny Deep 
e pra todas as pessoas interessantes desse mundo!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


A resposta.

Acho que esperar uma resposta é pior que esperar dinheiro de alguém que te deve. É chato. Pertuba. Desafina. Faz com que meu corpo todo fique mole e eu coloque a culpa no calor, no ar seco. Mas é tudo mentira, é tudo culpa da resposta que não chega. De manhã, leio partes de um livro, mas entre uma palavra e outra, fico esperando uma resposta. Não consigo entender nada, não consigo lembrar de nada. Olho para o relógio e ele ri da minha cara. Olho para a caixa de entrada do meu email e quero que as promoções do Groupon se danem. Os aniversariantes da semana no Facebook, que se danem também. Eu não quero um fim de semana lá não sei onde pela metade do preço, não quero saber o preço de folhetos em couchê 170g com verniz fosco, não quero ir em festa estranha com gente esquisita. Só quero uma resposta. Mentira de novo. Eu não quero qualquer resposta. Eu quero a minha resposta com palavras de bom agrado, como se o Dalai Lama me ligasse. Porque se ele me ligasse, sei que ele só diria coisas boas. Tudo vem, tudo vai, menos a resposta. Não me contento. Vou atrás dela. Procuro nas lembranças recentes, na intuição... Não a encontro. Danada, tá se escondendo. Mas eu acho, ahhh se acho. Finjo ser a pessoa mais normal do mundo e digito palavras medidas. Não sei se digito “Abraços”, “Atenciosamente”, “Grata desde já” ou qualquer outra coisa ao final. Me decido depois de olhar 10 segundos pra tela. Tento os três jeitos e não sei te dizer qual eu escolhi, eu não lembro. Só lembro que quero a resposta, que na verdade, se desbodram em duas. Sim, a agonia duplica, são duas respostas. Depois a agonia se divide de novo, porque eu acabo de receber a resposta da resposta. Uma delas vai ficar pra amanhã. E eu que achava que amanhã iria estar livre de novo, que iria tirar o ponto de interrogação das costas. E a outra resposta? Não sei, ainda é mais misteriosa que a idade da Glória Maria. Fico aqui brincando de adivinha enquanto ela não vem, num mantra constante que canta baixinho "Hoje eu só quero que o dia termine muito bem!".

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O lar nosso de cada dia.

‎"A Transformação pessoal requer substituição de velhos hábitos por novos." 
(W.A.Peterson)

Mudei. Dessa vez não foi de estratégia, de escolha, de comportamento. Continuo a mesma. Um pouco diferente, porém com a mesma essência (como aquele verso bonito do Teatro Mágico: "Ser essência e muito mais"). Mudei de uma casa para um apartamento. Mesmo que você diga que não tem varanda, que a cozinha é pequena e a lavanderia menor ainda, eu não mudarei minha opinião de que aquele cantinho no oitavo andar é, no mínimo, aconchegante. 

  Deixei algumas coisas para trás. Outras coisas nunca deixarei, onde quer que eu esteja. E aqui estou, vivendo outras coisas, outros hábitos e respirando novos ares. Hoje estava andando pela avenida Paulista e tive uma singela percepção de como alguns lugares modificam a gente. 

  O dia amanheceu bonito apesar do ar seco; Ousei um batom vermelho pra sair de casa; Dei bom dia para o motorista do ônibus; Quando cheguei ao trabalho ouvi um "nossa... você veio toda arrumada, vai sair hoje?"; Respondi: "Sabe o que é? A Av. Paulista é toda bonita, com gente bonita pra lá e pra cá, dá vontade de se arrumar também". É por essas e outras que, ás vezes, é bom se perguntar "Por onde tenho andado? Para onde quero ir?"

  A questão não é o apartamento ou a avenida, mas, na verdade, o que somos onde estamos. Não tem jeito, nosso lar acaba nos refletindo (vice-versa) e reflete nas coisas mais simples como num ímã de geladeira, num porta-retrato, nos livros da prateleira. Mas lar é uma coisa subjetiva. Você pode morar trinta anos em uma mansão e nunca ter um lar. Pode viajar o mundo com uma mochila nas costas e jurar de pés juntos que se sentiu em casa, fez isso como se tivesse assistindo um filme esparramado no sofá.

  Há uma frase do Buda da qual gosto bastante: "Onde quer que viva, esse é teu templo, se tratar como o tal". Nosso templo, nosso lar, seja lá como você queira chamar é tão importante quanto quem somos. Um complemento, eu diria. No nosso templo, nós presamos por aquilo em que acreditamos, cuidamos de nós mesmos, expandimos a paz que nasce por dentro, acreditamos em coisas boas e exercemos gentileza sem pensar na obrigação de ser gentil. Pode parecer um pensamento utópico, mas quando se tem a consciência de que a perfeição é uma tremenda bobagem, tudo faz mais sentido. 

  Por isso, eu digo: Eu mudei. Meu lar continua o mesmo. Um pouco diferente, porém com a mesma essência.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vou para casa. Arrumar caixas e malas. 
Entre um detalhe e outro, vou me reinventar.
Permito-me. Desdobro-me. Ajeito-me. 
Amanhã já está perto. Sei lá eu do resto.
To feliz. Empolgada. 
Dá um certo orgulho de mim mesma
dizer que vai ser tudo novo
ao invés de tudo de novo.
Como uma criança que descobre as cores
Como se as cores iluminassem novos lugares
- dentro de mim.


"Eu aumento o volume da música, coloco meus discos para tocar
Debaixo dos escombros soa uma música rebelde
Não quero ver outra geração desistir
Prefiro ser uma vírgula do que um ponto final

Talvez eu esteja no escuro, talvez eu esteja de joelhos
Talvez eu seja a lacuna entre dois trapézios
Mas meu coração está batendo e o meu pulso começa
Catedrais no meu coração"
(Every Teardrop is a Waterfall)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sim.

 Estou assim essa semana: inquietude total (tem como não ficar?). Tenho vontade de dançar. Escuto a mesma música cinco vezes. Minha paciência não está das melhores. Espelho, espelho meu, existe alguém mais ansiosa do que eu? Começo a escrever igual louca. Sou louca. Escrevo. Duas coisas que nunca neguei. Estava no ônibus voltando pra casa, pensando que queimar a língua comendo milho é chato (sim, eu queimei!) e entre uma crônica e outra, pensando sobre mim, minhas partes, meu inteiro. Não me pergunte a que conclusão cheguei. Sei onde começo, mas nunca sei onde vou terminar. Como se algum lugar do meu corpo abrigasse reticências ao invés do ponto final. 
...

 Tenho hora para algumas coisas (até hippies devem ter horário pra alguma coisa). Mas não tenho hora certa pra decidir. Não tenho hora certa pra jantar, tomar banho, ver TV, escrever. Faço tudo, mas não me prendo à ordem. Sou assim, meio despadronizada, meio desajeitada, inteira. Vivo fugindo do tédio. Tenho profunda admiração pelo imprevisível. Coisas que simplesmente acontecem sem antes me fazer pirar, pensar, fazer cálculos que eu nem sei fazer (pois é, não conte comigo quando o assunto é matemática!). Engasgo com tudo que me faz pensar muito. O imprevisível não tem tempo pra dúvidas, mesmo as inconscientes, ele é e pronto. E foi assim, em momentos sem passado nem futuro que coisas boas já aconteceram. Beijos roubados são muito melhores que os premeditados; Um plano de última hora é muito melhor que planejar uma vida inteira; Uma dose de loucura no meio do dia - ou da noite - ganha de qualquer normalidade; Um presente sem data comemorativa geralmente é muito mais emocionante que os que você ganha no seu aniversário e por ai vai. De um jeito tão simples e gostoso... Vai. 


  Deixar-se surpreender não é das tarefas mais fáceis. É preciso nocautear a expectativa e exercer um desapego de dentro pra fora. Assistir ao filme Yes Man com o Jim Carrey pode te ajudar. Você vai rir e se lembrar em muuuitos momentos da sua vida que dizer sim é importante e atrai coisa boa. Eu acredito. Dizer sim também é um jeito de parar de nos boicotar e até um jeito de nos conhecermos melhor (você consegue se escutar?). No mundo louco, cheio de tarefas, trânsito e gente desconfiada, o sim, por si só já é imprevisível, já é um presente para nós mesmos. E apenas o começo.


  No dia primeiro de janeiro escrevi aqui nesse mesmo blog: "Nada e ao mesmo tempo, tudo. É o que nós temos agora. É legal quando fazemos coisas e não as comparamos a nada. Quando você consegue fazer algo que não seja nem melhor nem pior que nada. Talvez devêssemos enxergar as pessoas que passam por nós e os momentos que vivemos de maneira mais criativa e de um modo mais único. Comparando tudo a nada".  Escrevi isso ao lembrar de uma das entrevistas do John Mayer onde ele dizia algo do tipo. Hoje repito minhas palavras e os pensamentos dele. Não quero muitas comparações, se for possível, nenhuma, para me permitir dizer sim mais vezes.

Olho para minhas reticências e  pergunto:
E ai, você se aceita?
Respondo: Sim, eu aceito.
Na saúde, na loucura, no amor, no trabalho, nas palavras...
Até que a ausência do imprevisível nos separe.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Montanha-russa.

Uma mistura de animação e pânico (como no trecho de um dos posts anteriores). No final das contas a sensação é boa. Comprei um livro pra distrair. To precisando. Minha ansiedade me deixa mais inquieta que de costume. O título do livro é Montanha-Russa da Martha Medeiros. Combina com o Trem-Bala que já li, da mesma autora. Os títulos me lembram um pouco essa coisa da vida. A mulher do caixa olhou pra capa, viu a montanha-russa e disse "Que horror. Tenho pavor disso. Quase morri no Boomerang". Minha vontade era tentar convencê-la do contrário, mas só conseguir dizer "medo não é tão ruim, a sensação de superar é boa" mas parei por ai porque tenho preguiça de gente medrosa. Ela ainda fazendo certa careta completou: "não superei até hoje". Azar o dela, sério mesmo. Não sabe passar medo e ainda sofre pelo passado. Isso sim é um horror! Bom mesmo é se permitir, mesmo que você saiba que ficará de cabeça pra baixo em alguns momentos, que irá gritar ao mesmo tempo que levanta os braços para se sentir mais livre. O medo quando encarado de frente, pode ser uma delícia (por que não?). 
Ah... você sabe, no final, todo mundo sai querendo mais.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A ignorância.

A ignorância não tem nada a ver com status ou grau de escolaridade.

Até agora eu ri das piadas, ouvi tudo em silêncio, soube dos comentários feitos pelas costas, das conclusões de quem nem me conhece direito. Não liguei. Mesmo. Minha cabeça está tão ocupada, minha alma tão sossegada que eu estou bem, obrigada. Mas eu não posso deixar de achar lamentável a maneira que as pessoas lidam com a vida dos outros. O modo em que as pessoas usam uma novidade alheia para falar tanta bobagem. (Será que é tão difícil ver a vida por um lado bom?) Sinceramente eu aprendi a  não me importar muito com o que as pessoas pensam ou falam contanto que isso não atinja as pessoas que realmente importam para mim (dar apoio a quem está precisando e falar sua opinião sem fundamento são coisas bem diferentes!). Algumas pessoas acham que só porque possuem certo grau de parentesco, possuem também o direito de estarem certas sobre uma decisão individual. Gente que afirma que eu estou enganando de alguma forma as pessoas que mais me importam (quanta idiotice!). A verdade é que esse mundo está cheio de relações superficiais onde gente que te viu nascer não possui a mínima ideia das coisas que você faz, dos livros que você lê, das coisas que conquista, das causas que você abraça e do modo que você enxerga o mundo. Elas nem querem saber. Elas só querem saber se você pagou algum mico recente, se está namorando ou qualquer outra novidade barata que possa ser divulgada via Facebook. Uau... olha só o quanto eles sabem sobre você! É o mesmo que falar de um país inteiro tendo como base uma cidade. Por que as pessoas insistem em olhar os outros como vítimas ou culpados, como certos ou errados? As pessoas vão muito além disso - independente de qualquer status. O mundo é muito maior que isso. O mundo é muito maior que a vidinha que vivemos, eu me incluo nessa percepção também. O importante é ter consciência disso e não sair falando merda por ai. Quando não tiver o que falar, comece falando de você. Vai lá, me conte uma novidade, algo que você arriscou, um medo que passou, um lugar novo que conheceu, algo que superou... Por que o silêncio agora?

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


"- Uma semana restante da sua antiga vida. Como você está se sentindo?
- Muito bem na verdade. Eu fico meio tonto quando penso muito, mas... É tipo uma tontura boa. É tipo... pânico. Ou animação.
(Pessoa se intromete na conversa dizendo: Pânico e animação são coisas diferentes!)
- Seus dedos estão inquietos também?
- Sim. Isso é ruim?
- Você escuta Radiohead?
- Aham
- Thom Yorke. Ele fala sobre tontura o tempo todo. Ele diz que quando os dedos dele ficam inquietos, é quando ele sabe que está a criar algo genial. E aí ele fica tão animado, a ponto de desmaiar. Então me parece que você está diante de algo genial.
- Legal!"

domingo, 5 de agosto de 2012

Mudanças...

Dia de conclusões de ciclos, emoções, mudança, arrumações... 
Praticamente uma preparação para os próximos dias... 

  É... Hoje meu dia durou mais que 24hs. São 00:54 e eu acho que acabei de fazer tudo que tinha pra ontem, ou hoje, sei lá. E qual é o gosto desse começo de agosto? Gosto de alguma coisa que eu nunca provei antes com uma pitada de outra coisa. Não sei explicar, só sei que faz sentido.

  Você acredita que sentimentos opostos podem ser sentidos de uma única vez? Isso mesmo... Alegria e tristeza, medo e coragem, força e fragilidade, ordem e caos... Consequências de situações distintas. Talvez seja isso, mas eu ainda não sei explicar. Nem sei se um dia saberei. Nem sei se quero. Se explicar tanto pra que? "Eu só queria te contar / Que eu fui lá fora / E vi dois sóis num dia / E a vida que ardia sem explicação...", não é Nando Reis?



  Ao invés da loucura no meio disso tudo, uma leve sensibilidade. Quinta-feira vi um filme que dizia que a vida é feita de momentos de impacto onde as partículas irão se colidir e você só tem que esperar até que elas colidam novamente. Achei tão bonito isso (o filme não tinha nada a ver com química okay, era sobre amor, vida, blá, blá, blá). Parei para pensar na vida (novidade?). Nunca estamos prontos para os impactos até que eles aconteçam. Se eles acontecem, é porque - em algum aspecto - estamos prontos. É isso.


*

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


"...Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois da coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho…"
(Lya Luft)